Desafios e precauções para uma transição de carreira com segurança

Consultora e coach executivo, que passou pelo processo há seis meses, ensinam como se preparar antes de optar pela mudança de vida Adriano Lima já trabalhava a todo vapor no mundo corporativo quando se deparou com um sonho. Queria ser referência em gestão de pessoas no Brasil, prestar serviços para empresas e abrir a própria marca. O ano era 2004. Passo a passo, começou então a construir seu futuro. Chegou até a liderar grandes empresas. Seis meses atrás, com o frio na barriga típico de quem está começando a vida profissional, abriu as portas da sua própria consultoria, onde atua como coach executivo, conselheiro e palestrante. O processo de duas décadas teve como fio da meada uma dica que ouviu aos 20 anos de um senhor que, na época, já havia passado dos 70. — Ele dizia que eu tinha que gastar menos do que ganhava. Algo muito simples, óbvio e que, confesso, nem sempre tive facilidade de praticar — conta Adriano. Para a maior parte dos brasileiros, fazer o dinheiro sobrar ainda é um desafio. E mesmo quem ganha altos salários tem dificuldade em guardar e investir. O controle do orçamento, no entanto, é fundamental para quem quer fazer a transição de carreira. O ex-executivo Adriano Lima, que, depois de 20 anos, fez a transição de carreira e tem sua própria consultoria Divulgação Aqui, vale a velha regra de botar na mesa o que entra e o que sai todo mês, calcular os gastos essenciais, que incluem despesas com saúde, alimentação e moradia, e, com esse levantamento em mãos, fazer as adaptações necessárias no orçamento para, aí, sim, conseguir investir no futuro. — O ideal para fazer uma transição de carreira segura e tranquila é ter guardado, no mínimo, um valor equivalente a seis meses dos seus gastos — ensina a consultora de carreiras Lílian Tostas. Pilares essenciais Em sua metodologia, adotada por pessoas que querem ajustar sua ocupação profissional a uma vida com mais propósito, especialmente mulheres, ela destaca três pilares essenciais. O primeiro é relativo à satisfação pessoal. — É olhar para aquela atividade e se perguntar: “Eu me sentiria feliz trabalhando com isso ou dessa forma?” — explica. Depois, é o momento de investigar se a pessoa tem, de fato, habilidade para exercer aquela função. — Aqui, não falamos apenas sobre conhecimento técnico, mas de viabilidade. É importante entender, olhando para aquilo que naturalmente fazemos bem, se existem possibilidades reais dentro desse mercado. Lílian Tostas, consultora de carreiras Divulgação O ideal para fazer uma transição de carreira segura e tranquila é ter guardado, no mínimo, um valor equivalente a seis meses dos seus gastos” Não menos importante, o último pilar diz respeito à forma de trabalhar. — Primeiro, precisamos entender o tipo de vida que a pessoa deseja levar para, depois, escolher uma forma de trabalhar que se encaixe nela. A rotina, o retorno financeiro, a energia necessária para desempenhar aquele papel, enfim, tudo precisa ser condizente com a vida que desejamos naquele momento. Nada disso, porém, é possível sem uma análise minuciosa de mercado. — Tem que pesquisar, planejar, obter referências. Tenho amigos que saíram do emprego, pegaram boa parte das economias da vida inteira e investiram em negócios sem pesquisar muito. Hoje, estão cheios de problemas — conta Adriano. Assim como Adriano, muitas pessoas sentem necessidade de fazer a transição de carreira baseadas em sonhos guardados a sete chaves por falta de oportunidade, por exemplo. — As gerações anteriores nos ensinaram que trabalho é para sobreviver. Não há o desejo de ser feliz. Só que, em algum momento, essa conta não fechou — observa Lílian. Segundo ela, arcar com as despesas é, sim, um pilar importantíssimo nessa equação. A grande questão é: de que forma? — É trocando isso pela minha saúde física e mental, pela minha qualidade de vida? — provoca. Para esse grupo, Lílian faz questão de ressaltar que ninguém que faz uma troca de carreira começa do zero. — A sua história, a sua experiência, tem valor. E isso não se apaga. Tudo aquilo que você aprendeu e desenvolveu, de alguma forma, vai ser levado para a sua nova jornada.

Nov 21, 2024 - 11:13
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Desafios e precauções para uma transição de carreira com segurança

Consultora e coach executivo, que passou pelo processo há seis meses, ensinam como se preparar antes de optar pela mudança de vida Adriano Lima já trabalhava a todo vapor no mundo corporativo quando se deparou com um sonho. Queria ser referência em gestão de pessoas no Brasil, prestar serviços para empresas e abrir a própria marca. O ano era 2004. Passo a passo, começou então a construir seu futuro. Chegou até a liderar grandes empresas. Seis meses atrás, com o frio na barriga típico de quem está começando a vida profissional, abriu as portas da sua própria consultoria, onde atua como coach executivo, conselheiro e palestrante. O processo de duas décadas teve como fio da meada uma dica que ouviu aos 20 anos de um senhor que, na época, já havia passado dos 70. — Ele dizia que eu tinha que gastar menos do que ganhava. Algo muito simples, óbvio e que, confesso, nem sempre tive facilidade de praticar — conta Adriano. Para a maior parte dos brasileiros, fazer o dinheiro sobrar ainda é um desafio. E mesmo quem ganha altos salários tem dificuldade em guardar e investir. O controle do orçamento, no entanto, é fundamental para quem quer fazer a transição de carreira. O ex-executivo Adriano Lima, que, depois de 20 anos, fez a transição de carreira e tem sua própria consultoria Divulgação Aqui, vale a velha regra de botar na mesa o que entra e o que sai todo mês, calcular os gastos essenciais, que incluem despesas com saúde, alimentação e moradia, e, com esse levantamento em mãos, fazer as adaptações necessárias no orçamento para, aí, sim, conseguir investir no futuro. — O ideal para fazer uma transição de carreira segura e tranquila é ter guardado, no mínimo, um valor equivalente a seis meses dos seus gastos — ensina a consultora de carreiras Lílian Tostas. Pilares essenciais Em sua metodologia, adotada por pessoas que querem ajustar sua ocupação profissional a uma vida com mais propósito, especialmente mulheres, ela destaca três pilares essenciais. O primeiro é relativo à satisfação pessoal. — É olhar para aquela atividade e se perguntar: “Eu me sentiria feliz trabalhando com isso ou dessa forma?” — explica. Depois, é o momento de investigar se a pessoa tem, de fato, habilidade para exercer aquela função. — Aqui, não falamos apenas sobre conhecimento técnico, mas de viabilidade. É importante entender, olhando para aquilo que naturalmente fazemos bem, se existem possibilidades reais dentro desse mercado. Lílian Tostas, consultora de carreiras Divulgação O ideal para fazer uma transição de carreira segura e tranquila é ter guardado, no mínimo, um valor equivalente a seis meses dos seus gastos” Não menos importante, o último pilar diz respeito à forma de trabalhar. — Primeiro, precisamos entender o tipo de vida que a pessoa deseja levar para, depois, escolher uma forma de trabalhar que se encaixe nela. A rotina, o retorno financeiro, a energia necessária para desempenhar aquele papel, enfim, tudo precisa ser condizente com a vida que desejamos naquele momento. Nada disso, porém, é possível sem uma análise minuciosa de mercado. — Tem que pesquisar, planejar, obter referências. Tenho amigos que saíram do emprego, pegaram boa parte das economias da vida inteira e investiram em negócios sem pesquisar muito. Hoje, estão cheios de problemas — conta Adriano. Assim como Adriano, muitas pessoas sentem necessidade de fazer a transição de carreira baseadas em sonhos guardados a sete chaves por falta de oportunidade, por exemplo. — As gerações anteriores nos ensinaram que trabalho é para sobreviver. Não há o desejo de ser feliz. Só que, em algum momento, essa conta não fechou — observa Lílian. Segundo ela, arcar com as despesas é, sim, um pilar importantíssimo nessa equação. A grande questão é: de que forma? — É trocando isso pela minha saúde física e mental, pela minha qualidade de vida? — provoca. Para esse grupo, Lílian faz questão de ressaltar que ninguém que faz uma troca de carreira começa do zero. — A sua história, a sua experiência, tem valor. E isso não se apaga. Tudo aquilo que você aprendeu e desenvolveu, de alguma forma, vai ser levado para a sua nova jornada.

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