Cultura Oceânica: Uma Abordagem para Todas as Idades, diz Secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI
Os efeitos das mudanças climáticas estão cada vez mais evidentes, demandando que as sociedades ampliem seu entendimento sobre a conexão e interdependência do oceano com diversas disciplinas e práticas profissionais. Esse tema foi central no painel intitulado ‘Cultura oceânica e educação como catalizadores para transformação social na ação climática’, que ocorreu no Pavilhão do Oceano, […]
Os efeitos das mudanças climáticas estão cada vez mais evidentes, demandando que as sociedades ampliem seu entendimento sobre a conexão e interdependência do oceano com diversas disciplinas e práticas profissionais. Esse tema foi central no painel intitulado ‘Cultura oceânica e educação como catalizadores para transformação social na ação climática’, que ocorreu no Pavilhão do Oceano, na Blue Zone, durante a 29ª Conferência das Partes, em Baku, Azerbaijão.
A Secretária de Políticas e Programas Estratégicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Andrea Latgé, destacou o comprometimento do Brasil com a agenda oceânica, particularmente em relação à Década da Ciência Oceânica, que inclui ações voltadas à promoção da cultura oceânica. Entre essas iniciativas, destaca-se a Escola Azul, que integra o tema do mar aos currículos escolares, e a Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, que visa criar uma rede para estimular ações locais que promovam um desenvolvimento sustentável orientado pela cultura oceânica.
Latgé enfatizou a importância da cooperação internacional e da comunicação eficaz para dar visibilidade a esses temas. "A cultura oceânica se relaciona com questões estratégicas que não se restringem apenas ao público infantil. Iniciativas em múltiplas redes têm o potencial de reunir pessoas a trabalhar em conjunto”, afirmou.
Francesca Santoro, oficial sênior de Programa para Cultura Oceânica da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO, destacou a relevância da ação de agentes locais na promoção da cultura oceânica. “Esses agentes são fundamentais para a implementação de políticas concretas que impactam diretamente a população local”, ressaltou Santoro, acrescentando que a interação e a cobrança por ações são mais intensas nesse nível.
Micheline Khan, do World Resources Institute (WRI), compartilhou sua experiência na criação de materiais que enfatizam a interconexão do oceano com comunidades indígenas e tradicionais, além da importância para a saúde, reforçando a noção de ‘One Health’. "Tudo está ligado", destacou.
Durante o painel, o professor Ronaldo Christofoletti, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do programa Maré de Ciência, alertou sobre os impactos do aumento da temperatura da superfície do mar, que tem contribuído para eventos climáticos extremos em várias partes do mundo. Ele apresentou imagens de cidades inundadas, unindo esses fenômenos ao aquecimento dos oceanos.
Na segunda parte do evento, foi lançada a publicação ‘Cidades Azuis: soluções baseadas na natureza para a resiliência climática costeira’, que está disponível para download gratuito em português. A obra sintetiza e promove a conscientização sobre a cultura oceânica, alertando que muitas cidades não estão preparadas para enfrentar eventos climáticos extremos e sublinhando a importância de se desenvolver uma maior resiliência em áreas costeiras.
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