Cópia de míssil israelense é usada pelo Hezbollah contra instalações militares e de comunicação em Israel: ‘Risco significativo’

Grupo xiita libanês teria capturado mísseis antitanques avançados do Estado judeu durante a guerra de 2006, e o Irã, aliado da organização, feito engenharia reversa no equipamento Durante a guerra entre Israel e Hezbollah no Líbano em 2006, acredita-se que membros do grupo xiita libanês tenham apreendido mísseis antitanque Spike, do Exército israelense, e os enviado para seu principal aliado, o Irã, para serem clonados. Dezoito anos depois e rebatizados de Alma, o mesmo armamento têm sido usado pelo grupo contra bases militares de Israel, sistemas de comunicação e lançadores de defesa aérea com precisão e poder suficientes para representar um desafio significativo às forças do Estado judeu. Ataque: Hezbollah afirma ter disparado mísseis contra base de inteligência militar israelense perto de Tel Aviv Guga Chacra: Como Biden justifica apoio a Netanyahu, acusado de crimes de guerra? Que o Irã clona sistemas de armas para usá-los contra os próprios adversários que os projetaram não é novidade: o país já copiou, por exemplo, drones e mísseis americanos. No entanto, o míssil Almas, que tem alcance de até 16 km e possui sistemas avançados de orientação, é um exemplo do uso crescente de armas projetadas pelo Irã que está “alterando as dinâmicas do poder regional”, segundo avaliação de Mohammed al-Basha, analista de armamentos do Oriente Médio e diretor de uma consultoria de riscos na Virgínia. — O que antes era uma disseminação gradual de gerações mais antigas de mísseis se transformou em um rápido desdobramento de tecnologia de ponta nos campos de batalha ativos — afirmou al-Basha. Os mísseis Almas estão entre os estoques de armas do Hezbollah capturados pelas forças israelenses desde o início da invasão do Líbano, há cerca de dois meses, segundo autoridades de defesa israelenses que pediram anonimato para discutir informações confidenciais. As fontes afirmaram que esses armamentos têm representado uma ameaça às unidades e equipamentos israelenses perto da fronteira com o Líbano. Membros do Hezbollah em Bint Jbeil, no Líbano, em julho; Grupo tem disparando cópias de mísseis israelenses contra bases militares israelenses Diego Ibarra Sanchez/The New York Times Esses mísseis se destacaram como algumas das armas mais sofisticadas em um grande arsenal composto, em sua maioria, por munições de qualidade inferior, incluindo mísseis antitanque Kornet de design russo. O jornal Wall Street Journal relatou na semana passada que tropas israelenses que estão avançando no sul do Líbano têm encontrado grandes estoques de armas russas que aumentaram a capacidade de combate do Hezbollah. Ameaça variada O Almas, que significa “diamante” em árabe e persa, é um míssil guiado que não precisa de linha direta de visão para ser lançado a partir de veículos terrestres, drones, helicópteros e tubos portáteis. Ele é um míssil de ataque superior — ou seja, sua trajetória balística pode atingir alvos diretamente de cima, onde os tanques têm blindagem mais leve e vulnerável, em vez de pelo lado. “É altamente provável que as armas da família Almas, atuais e futuras, sejam utilizadas em todas as frentes habitadas por representantes iranianos, e que os mísseis ameacem uma variedade de alvos de alta qualidade (não apenas israelenses) em distâncias cada vez maiores”, disse uma análise feita em abril pelo Alma Research and Education Center, que estuda questões de segurança na fronteira norte de Israel. Initial plugin text Há pelo menos três variantes conhecidas de mísseis Almas, cada uma delas melhorada em relação à anterior. Em junho, os pesquisadores da Alma em Israel disseram que o Hezbollah parecia estar usando uma quarta geração mais recente que, entre outras melhorias, enviava imagens mais claras de seu voo para seus operadores. Esses armamentos podem carregar dois tipos de ogivas: uma pode detonar em duas fases, facilitando a penetração na blindagem. A outra é uma bomba de combustível-ar que explode em uma bola de fogo. Os mísseis Almas foram lançados anos após o término da guerra no Líbano, em 2006. Pouco depois do fim do conflito, o Exército israelense verificou o inventário dos equipamentos que havia instalado no território libanês. Surgiram discrepâncias entre o que foi levado para o Líbano, o que foi devolvido e o que foi confirmado como destruído em combate. Ficou evidente que um sistema inteiro de mísseis Spike, incluindo um lançador e várias unidades de mísseis, provavelmente foi deixado para trás no campo de batalha. Desde então, Israel sabia que havia um risco significativo de que as armas fossem transferidas para o Irã, onde poderiam ser desmontadas e submetidas à engenharia reversa. Rotas de contrabando O Irã tem financiado e armado o Hezbollah há décadas, e a organização xiita libanês participou de ataques contra Israel em apoio ao seu aliado iraniano na Faixa de Gaza, o Hamas, pouco após o grupo terrorista palestino liderar um ataque sem precedentes em Israel em 7 de outubro de 2023, desencadeando a guerra atual. Rel

Nov 24, 2024 - 13:49
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Cópia de míssil israelense é usada pelo Hezbollah contra instalações militares e de comunicação em Israel: ‘Risco significativo’

Grupo xiita libanês teria capturado mísseis antitanques avançados do Estado judeu durante a guerra de 2006, e o Irã, aliado da organização, feito engenharia reversa no equipamento Durante a guerra entre Israel e Hezbollah no Líbano em 2006, acredita-se que membros do grupo xiita libanês tenham apreendido mísseis antitanque Spike, do Exército israelense, e os enviado para seu principal aliado, o Irã, para serem clonados. Dezoito anos depois e rebatizados de Alma, o mesmo armamento têm sido usado pelo grupo contra bases militares de Israel, sistemas de comunicação e lançadores de defesa aérea com precisão e poder suficientes para representar um desafio significativo às forças do Estado judeu. Ataque: Hezbollah afirma ter disparado mísseis contra base de inteligência militar israelense perto de Tel Aviv Guga Chacra: Como Biden justifica apoio a Netanyahu, acusado de crimes de guerra? Que o Irã clona sistemas de armas para usá-los contra os próprios adversários que os projetaram não é novidade: o país já copiou, por exemplo, drones e mísseis americanos. No entanto, o míssil Almas, que tem alcance de até 16 km e possui sistemas avançados de orientação, é um exemplo do uso crescente de armas projetadas pelo Irã que está “alterando as dinâmicas do poder regional”, segundo avaliação de Mohammed al-Basha, analista de armamentos do Oriente Médio e diretor de uma consultoria de riscos na Virgínia. — O que antes era uma disseminação gradual de gerações mais antigas de mísseis se transformou em um rápido desdobramento de tecnologia de ponta nos campos de batalha ativos — afirmou al-Basha. Os mísseis Almas estão entre os estoques de armas do Hezbollah capturados pelas forças israelenses desde o início da invasão do Líbano, há cerca de dois meses, segundo autoridades de defesa israelenses que pediram anonimato para discutir informações confidenciais. As fontes afirmaram que esses armamentos têm representado uma ameaça às unidades e equipamentos israelenses perto da fronteira com o Líbano. Membros do Hezbollah em Bint Jbeil, no Líbano, em julho; Grupo tem disparando cópias de mísseis israelenses contra bases militares israelenses Diego Ibarra Sanchez/The New York Times Esses mísseis se destacaram como algumas das armas mais sofisticadas em um grande arsenal composto, em sua maioria, por munições de qualidade inferior, incluindo mísseis antitanque Kornet de design russo. O jornal Wall Street Journal relatou na semana passada que tropas israelenses que estão avançando no sul do Líbano têm encontrado grandes estoques de armas russas que aumentaram a capacidade de combate do Hezbollah. Ameaça variada O Almas, que significa “diamante” em árabe e persa, é um míssil guiado que não precisa de linha direta de visão para ser lançado a partir de veículos terrestres, drones, helicópteros e tubos portáteis. Ele é um míssil de ataque superior — ou seja, sua trajetória balística pode atingir alvos diretamente de cima, onde os tanques têm blindagem mais leve e vulnerável, em vez de pelo lado. “É altamente provável que as armas da família Almas, atuais e futuras, sejam utilizadas em todas as frentes habitadas por representantes iranianos, e que os mísseis ameacem uma variedade de alvos de alta qualidade (não apenas israelenses) em distâncias cada vez maiores”, disse uma análise feita em abril pelo Alma Research and Education Center, que estuda questões de segurança na fronteira norte de Israel. Initial plugin text Há pelo menos três variantes conhecidas de mísseis Almas, cada uma delas melhorada em relação à anterior. Em junho, os pesquisadores da Alma em Israel disseram que o Hezbollah parecia estar usando uma quarta geração mais recente que, entre outras melhorias, enviava imagens mais claras de seu voo para seus operadores. Esses armamentos podem carregar dois tipos de ogivas: uma pode detonar em duas fases, facilitando a penetração na blindagem. A outra é uma bomba de combustível-ar que explode em uma bola de fogo. Os mísseis Almas foram lançados anos após o término da guerra no Líbano, em 2006. Pouco depois do fim do conflito, o Exército israelense verificou o inventário dos equipamentos que havia instalado no território libanês. Surgiram discrepâncias entre o que foi levado para o Líbano, o que foi devolvido e o que foi confirmado como destruído em combate. Ficou evidente que um sistema inteiro de mísseis Spike, incluindo um lançador e várias unidades de mísseis, provavelmente foi deixado para trás no campo de batalha. Desde então, Israel sabia que havia um risco significativo de que as armas fossem transferidas para o Irã, onde poderiam ser desmontadas e submetidas à engenharia reversa. Rotas de contrabando O Irã tem financiado e armado o Hezbollah há décadas, e a organização xiita libanês participou de ataques contra Israel em apoio ao seu aliado iraniano na Faixa de Gaza, o Hamas, pouco após o grupo terrorista palestino liderar um ataque sem precedentes em Israel em 7 de outubro de 2023, desencadeando a guerra atual. Relembre: Netanyahu admite ter autorizado ataque com pagers explosivos contra o Hezbollah Autoridades israelenses afirmam que o Hezbollah usou o Almas com parcimônia quando lutou na guerra civil da Síria (também aliado do Irã), que começou em 2011. Junto da Rússia e do Irã, o Hezbollah contribuiu com combatentes e poder de fogo para apoiar o regime sírio de Bashar al-Assad. Atualmente, o Hezbollah fabrica mísseis Almas no Líbano para reduzir sua dependência das cadeias de suprimentos iranianas, segundo fontes israelenses. Acredita-se que os mísseis também sejam produzidos no Irã para o Exército iraniano. Especialistas em armas disseram que o Almas foi visto publicamente em 2020 durante a entrega de um fabricante de drones recém-produzidos para o Exército do Irã. Os militares iranianos revelaram o míssil disparando-o durante um exercício militar em 2021. No entanto, foi apenas no início deste ano que surgiram relatos do uso do Almas em combate — em ataques a Israel que aparentemente foram todos realizados pelo Hezbollah — segundo pesquisadores da Janes, uma firma de inteligência de defesa com sede no Reino Unido. Em janeiro, o Hezbollah divulgou o vídeo de um ataque à base naval israelense em Rosh Hanikra, na fronteira com o Líbano, dizendo que havia usado um míssil Almas. Vários vídeos subsequentes também supostamente mostraram o uso do Almas contra alvos israelenses. Alguns dos mísseis parecem ter sido produzidos ainda em 2023. Os pesquisadores do Alma mostraram rotas de contrabando pelo Iraque e Síria que o Irã estaria utilizando para enviar armas ao Hezbollah.

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