Com prefácio de Lula, livro revisita legado do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos

À frente da Justiça, advogado impulsionou criação do CNJ, reestruturação da Polícia Federal e demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol Morto há dez anos, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos ganha agora um livro que revisita seu legado à frente da pasta, comandada pelo advogado no primeiro governo Lula. Com artigos escritos por parceiros que participaram de projetos envolvendo o Judiciário, a Polícia Federal e os indígenas, a coletânea lançada pela editora Civilização Brasileira ostenta prefácio de Lula, que classifica Bastos como “grande amigo, companheiro e parceiro em inúmeras batalhas democráticas”. Entrevista: 'O controle de armas saiu da agenda do governo federal', diz diretora do Sou da Paz, que completa 25 anos “Sua liderança à frente do Ministério abriu o caminho para o fim da impunidade, para a concretização de reformas importantes e para a consolidação de uma justiça mais célere e um governo mais transparente. Uma atuação fundamental para o combate ao crime e para a garantia do cumprimento da lei”, escreve o presidente da República na apresentação de “O ministro que mudou a Justiça”. Lula elenca ainda alguns feitos de Bastos que, nos capítulos, são esmiuçados e defendidos como principais legados do jurista. Entre eles, a Reforma do Judiciário, a reestruturação da PF e a homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. “Sua visão profundamente democrática transformou o Ministério da Justiça no que ele chamava de Ministério da Cidadania”, sentencia. Antes de ser convidado pelo petista para assumir a pasta, Bastos era um renomado advogado criminalista. Presidiu a OAB em São Paulo no período das Diretas Já e o Conselho Federal da Ordem durante a Constituinte. O livro foi organizado por Celso Vilardi, Maíra Salomi, Mario Cesar Carvalho, Pierpaolo Cruz Bottini, Sônia Ráo e Tonico Galvão. — Escrevi no texto e estou convencido de que foi um dos maiores ministros da Justiça, as realizações só encontram paralelo com a Era Vargas. Mas Vargas fez tudo em ditadura, fica fácil. O que quisemos ressaltar com o livro é que é possível fazer mudanças significativas em períodos democráticos — afirma o jornalista Mario Cesar Carvalho. Uma das maiores bandeiras de Bastos era a criação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Primeiro, puxou o debate na Constituinte de 1988, mas a ideia não foi inserida na Carta. Como ministro, aí sim, fez com que o Conselho saísse do papel com a Reforma do Judiciário, aprovada em 2004. No livro, quem assina o artigo sobre o CNJ é o atual presidente da instituição, Luis Felipe Salomão. “Não foi fácil a trajetória, sendo certo que Márcio Thomaz Bastos foi o grande timoneiro dessa jornada”, avalia Salomão.

Nov 24, 2024 - 04:15
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Com prefácio de Lula, livro revisita legado do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos

À frente da Justiça, advogado impulsionou criação do CNJ, reestruturação da Polícia Federal e demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol Morto há dez anos, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos ganha agora um livro que revisita seu legado à frente da pasta, comandada pelo advogado no primeiro governo Lula. Com artigos escritos por parceiros que participaram de projetos envolvendo o Judiciário, a Polícia Federal e os indígenas, a coletânea lançada pela editora Civilização Brasileira ostenta prefácio de Lula, que classifica Bastos como “grande amigo, companheiro e parceiro em inúmeras batalhas democráticas”. Entrevista: 'O controle de armas saiu da agenda do governo federal', diz diretora do Sou da Paz, que completa 25 anos “Sua liderança à frente do Ministério abriu o caminho para o fim da impunidade, para a concretização de reformas importantes e para a consolidação de uma justiça mais célere e um governo mais transparente. Uma atuação fundamental para o combate ao crime e para a garantia do cumprimento da lei”, escreve o presidente da República na apresentação de “O ministro que mudou a Justiça”. Lula elenca ainda alguns feitos de Bastos que, nos capítulos, são esmiuçados e defendidos como principais legados do jurista. Entre eles, a Reforma do Judiciário, a reestruturação da PF e a homologação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. “Sua visão profundamente democrática transformou o Ministério da Justiça no que ele chamava de Ministério da Cidadania”, sentencia. Antes de ser convidado pelo petista para assumir a pasta, Bastos era um renomado advogado criminalista. Presidiu a OAB em São Paulo no período das Diretas Já e o Conselho Federal da Ordem durante a Constituinte. O livro foi organizado por Celso Vilardi, Maíra Salomi, Mario Cesar Carvalho, Pierpaolo Cruz Bottini, Sônia Ráo e Tonico Galvão. — Escrevi no texto e estou convencido de que foi um dos maiores ministros da Justiça, as realizações só encontram paralelo com a Era Vargas. Mas Vargas fez tudo em ditadura, fica fácil. O que quisemos ressaltar com o livro é que é possível fazer mudanças significativas em períodos democráticos — afirma o jornalista Mario Cesar Carvalho. Uma das maiores bandeiras de Bastos era a criação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Primeiro, puxou o debate na Constituinte de 1988, mas a ideia não foi inserida na Carta. Como ministro, aí sim, fez com que o Conselho saísse do papel com a Reforma do Judiciário, aprovada em 2004. No livro, quem assina o artigo sobre o CNJ é o atual presidente da instituição, Luis Felipe Salomão. “Não foi fácil a trajetória, sendo certo que Márcio Thomaz Bastos foi o grande timoneiro dessa jornada”, avalia Salomão.

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