Colesterol alto: novo comprimido reduz a forma genética da doença em quase 86%
Diagnóstico, que independe de hábitos de vida, afeta 1 a cada 5 pessoas e tem hoje opções limitadas de tratamento Um novo comprimido diário chamado muvalaplin levou a uma redução de até 85,8% numa forma genética de colesterol alto após 12 semanas, cerca de três meses, de tratamento. Os resultados, da segunda de três etapas dos testes clínicos, foram divulgados pela Eli Lilly, farmacêutica responsável pelo medicamento, durante um encontro da Associação Americana do Coração em Chicago e publicados na revista científica JAMA Network. O remédio é um inibidor da lipoproteína(a), ou Lp(a), que nada mais é que o colesterol considerado ruim, o LDL, somado a uma proteína chamada “a”. O acúmulo dessa molécula no sangue é um fator de risco genético para doenças cardíacas por elevar a chance de problemas como aterosclerose, quando formam placas que obstruem o fluxo sanguíneo nas artérias. Mas, enquanto o colesterol alto tradicional, marcado pelo aumento do LDL, é causado principalmente por hábitos de vida, como sedentarismo e alimentação inadequada, o genético, caracterizado pela alta do Lp(a), independe desses fatores. Por isso, o tratamento para um não é eficaz para o outro, explica Stephen J. Nicholls, diretor do Hospital do Coração de Vitória e professor de cardiologia na Universidade Monash, ambos na Austrália, e autor do estudo que avaliou o muvalaplin. “Níveis elevados de Lp(a) afetam mais de um bilhão de adultos em todo o mundo. As terapias atuais para redução do colesterol não são aprovadas para reduzir os níveis de Lp(a), destacando uma necessidade não atendida para pessoas com doenças cardiovasculares. Esses dados representam um avanço científico necessário, com potencial para reduzir o risco de eventos cardiovasculares, como ataques cardíacos ou derrames, por meio de um comprimido de dose única diária”, diz em comunicado. O medicamento foi testado em três doses (10 mg, 60 mg e 240 mg) entre 233 voluntários de 43 centros de pesquisa em diversos países, incluindo no Brasil. Os participantes foram acompanhados entre dezembro de 2022 e novembro de 2023. Após três meses de tratamento, a mais baixa levou a uma diminuição de 47,6% dos níveis de Lp(a). Já a de 60 mg proporcionou uma redução de 81,7%, e a dose mais alta, de 85,8%. De acordo com a Eli Lilly, o muvalaplin atua bloqueando a interação de duas moléculas que foram lipoproteína(a). As estimativas da Associação Americana do Coração apontam que 1 a cada 5 pessoas no mundo tem níveis elevados de Lp(a). Apenas nos Estados Unidos, por exemplo, isso equivale a aproximadamente 63 milhões de pessoas. Ruth Gimeno, vice-presidente do grupo de Pesquisa em Diabetes e Metabolismo dos Laboratórios de Pesquisa da Lilly, lembra que outras estratégias injetáveis para a doença também estão em estágios avançados dos estudos, mas que esse é o primeiro resultado positivo de um comprimido oral: “Estamos muito satisfeitos com esses resultados promissores e ansiosos para explorar os próximos passos para o muvalaplin”. Além da eficácia, o remédio foi considerado seguro, com efeitos adversos semelhantes entre os participantes que receberam o medicamento e aqueles para os quais foi administrado um placebo. “Ficamos animados com o grau de redução da Lp(a) nesses pacientes com maior probabilidade de se beneficiarem de seu uso e com a segurança e a tolerabilidade”, celebra Nicholls. O pesquisador, no entanto, pondera que é preciso agora avaliar o impacto na redução do indicador na incidência de ataques cardíacos e derrames e realizar um estudo maior, com mais diversidade entre os voluntários, a longo prazo.
Diagnóstico, que independe de hábitos de vida, afeta 1 a cada 5 pessoas e tem hoje opções limitadas de tratamento Um novo comprimido diário chamado muvalaplin levou a uma redução de até 85,8% numa forma genética de colesterol alto após 12 semanas, cerca de três meses, de tratamento. Os resultados, da segunda de três etapas dos testes clínicos, foram divulgados pela Eli Lilly, farmacêutica responsável pelo medicamento, durante um encontro da Associação Americana do Coração em Chicago e publicados na revista científica JAMA Network. O remédio é um inibidor da lipoproteína(a), ou Lp(a), que nada mais é que o colesterol considerado ruim, o LDL, somado a uma proteína chamada “a”. O acúmulo dessa molécula no sangue é um fator de risco genético para doenças cardíacas por elevar a chance de problemas como aterosclerose, quando formam placas que obstruem o fluxo sanguíneo nas artérias. Mas, enquanto o colesterol alto tradicional, marcado pelo aumento do LDL, é causado principalmente por hábitos de vida, como sedentarismo e alimentação inadequada, o genético, caracterizado pela alta do Lp(a), independe desses fatores. Por isso, o tratamento para um não é eficaz para o outro, explica Stephen J. Nicholls, diretor do Hospital do Coração de Vitória e professor de cardiologia na Universidade Monash, ambos na Austrália, e autor do estudo que avaliou o muvalaplin. “Níveis elevados de Lp(a) afetam mais de um bilhão de adultos em todo o mundo. As terapias atuais para redução do colesterol não são aprovadas para reduzir os níveis de Lp(a), destacando uma necessidade não atendida para pessoas com doenças cardiovasculares. Esses dados representam um avanço científico necessário, com potencial para reduzir o risco de eventos cardiovasculares, como ataques cardíacos ou derrames, por meio de um comprimido de dose única diária”, diz em comunicado. O medicamento foi testado em três doses (10 mg, 60 mg e 240 mg) entre 233 voluntários de 43 centros de pesquisa em diversos países, incluindo no Brasil. Os participantes foram acompanhados entre dezembro de 2022 e novembro de 2023. Após três meses de tratamento, a mais baixa levou a uma diminuição de 47,6% dos níveis de Lp(a). Já a de 60 mg proporcionou uma redução de 81,7%, e a dose mais alta, de 85,8%. De acordo com a Eli Lilly, o muvalaplin atua bloqueando a interação de duas moléculas que foram lipoproteína(a). As estimativas da Associação Americana do Coração apontam que 1 a cada 5 pessoas no mundo tem níveis elevados de Lp(a). Apenas nos Estados Unidos, por exemplo, isso equivale a aproximadamente 63 milhões de pessoas. Ruth Gimeno, vice-presidente do grupo de Pesquisa em Diabetes e Metabolismo dos Laboratórios de Pesquisa da Lilly, lembra que outras estratégias injetáveis para a doença também estão em estágios avançados dos estudos, mas que esse é o primeiro resultado positivo de um comprimido oral: “Estamos muito satisfeitos com esses resultados promissores e ansiosos para explorar os próximos passos para o muvalaplin”. Além da eficácia, o remédio foi considerado seguro, com efeitos adversos semelhantes entre os participantes que receberam o medicamento e aqueles para os quais foi administrado um placebo. “Ficamos animados com o grau de redução da Lp(a) nesses pacientes com maior probabilidade de se beneficiarem de seu uso e com a segurança e a tolerabilidade”, celebra Nicholls. O pesquisador, no entanto, pondera que é preciso agora avaliar o impacto na redução do indicador na incidência de ataques cardíacos e derrames e realizar um estudo maior, com mais diversidade entre os voluntários, a longo prazo.
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