Banco Central divulga ata do Copom que elevou Selic a 11,25% ao ano
No comunicado, BC não deu pistas sobre próximos passos, mas defendeu a apresentação de medidas fiscais para uma trajetória mais favorável dos juros O Banco Central divulgou nesta terça-feira a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) que explica a decisão de elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano, na semana passada. A decisão representou uma aceleração do ritmo de aperto monetário ante agosto, quando o BC retomou a alta de juros com uma dose de 0,25 ponto percentual. No comunicado, o BC não deu dicas sobre seus próximos passos e disse que o "ritmo de ajustes futuros e a magnitude total do ciclo" serão ditados pelo firme compromisso da convergência da inflação à meta. Mas para economistas a autoridade monetária indicou que o plano de voo à frente deve depender das entregas fiscais pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Em meio à discussão do Executivo sobre um pacote para conter o crescimento dos gastos público, o BC defendeu enfaticamente que a "apresentação e execução” de medidas estruturais nas contas públicas contribuirá para uma trajetória mais favorável da inflação e, assim, para o nível de juros. Esse alerta, assim como a decisão de elevar a Selic para 11,25% foi feito por todos os membros da diretoria do BC, inclusive pelos integrantes indicados por Lula. É o caso, por exemplo, de Gabriel Galípolo, escolhido pelo presidente para assumir a instituição após o fim do mandato de Roberto Campos Neto e já aprovado pelo Senado. Após a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, o BC também passou a considerar que a conjuntura econômica do país é incerta, mas não fez qualquer menção ao pleito. Em setembro, o Copom falou em "inflexão" no ciclo econômico nos EUA. As projeções oficiais do colegiado para a inflação aumentaram e continuam distantes da meta de 3,0% (intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%). Pela primeira vez, o BC passou a ver um resultado acima do limite superior da meta para 2024, de 4,6%, contra 4,3% antes. Para 2025, a estimativa aumentou de 3,7% para 3,9%. O horizonte com que o BC trabalha para colocar a inflação na meta é o segundo trimestre de 2026. Nesse caso, a projeção oficial é de 3,6%, contra o alvo de 3,0%. Até setembro, o colegiado mirava o primeiro trimestre de 2026, cuja projeção era de 3,5%. Do último encontro do Copom para cá, o BC também viu as expectativas de inflação se distanciarem ainda mais da meta de 3,0%. Em 2024, o mercado financeiro passou a prever estouro do limite superior da meta, de 4,5%, em 4,59%. Para 2025, subiu de 3,95% para 4,03%. Já para o final de 2026, a mediana chegou a 3,61%.
No comunicado, BC não deu pistas sobre próximos passos, mas defendeu a apresentação de medidas fiscais para uma trajetória mais favorável dos juros O Banco Central divulgou nesta terça-feira a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) que explica a decisão de elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, de 10,75% para 11,25% ao ano, na semana passada. A decisão representou uma aceleração do ritmo de aperto monetário ante agosto, quando o BC retomou a alta de juros com uma dose de 0,25 ponto percentual. No comunicado, o BC não deu dicas sobre seus próximos passos e disse que o "ritmo de ajustes futuros e a magnitude total do ciclo" serão ditados pelo firme compromisso da convergência da inflação à meta. Mas para economistas a autoridade monetária indicou que o plano de voo à frente deve depender das entregas fiscais pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Em meio à discussão do Executivo sobre um pacote para conter o crescimento dos gastos público, o BC defendeu enfaticamente que a "apresentação e execução” de medidas estruturais nas contas públicas contribuirá para uma trajetória mais favorável da inflação e, assim, para o nível de juros. Esse alerta, assim como a decisão de elevar a Selic para 11,25% foi feito por todos os membros da diretoria do BC, inclusive pelos integrantes indicados por Lula. É o caso, por exemplo, de Gabriel Galípolo, escolhido pelo presidente para assumir a instituição após o fim do mandato de Roberto Campos Neto e já aprovado pelo Senado. Após a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos, o BC também passou a considerar que a conjuntura econômica do país é incerta, mas não fez qualquer menção ao pleito. Em setembro, o Copom falou em "inflexão" no ciclo econômico nos EUA. As projeções oficiais do colegiado para a inflação aumentaram e continuam distantes da meta de 3,0% (intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%). Pela primeira vez, o BC passou a ver um resultado acima do limite superior da meta para 2024, de 4,6%, contra 4,3% antes. Para 2025, a estimativa aumentou de 3,7% para 3,9%. O horizonte com que o BC trabalha para colocar a inflação na meta é o segundo trimestre de 2026. Nesse caso, a projeção oficial é de 3,6%, contra o alvo de 3,0%. Até setembro, o colegiado mirava o primeiro trimestre de 2026, cuja projeção era de 3,5%. Do último encontro do Copom para cá, o BC também viu as expectativas de inflação se distanciarem ainda mais da meta de 3,0%. Em 2024, o mercado financeiro passou a prever estouro do limite superior da meta, de 4,5%, em 4,59%. Para 2025, subiu de 3,95% para 4,03%. Já para o final de 2026, a mediana chegou a 3,61%.
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