Ausência de bets em lista do governo gera tensão nos clubes de futebol, que procuram as patrocinadoras
Contratos com validade de dois e até três anos somam R$ 517 milhões só na Série A A ausência de algumas bets na lista das casas de apostas liberadas para atuar no Brasil até o fim do ano gerou preocupação no futebol brasileiro. Isso porque, entre as excluídas, estão patrocinadoras de clubes. Ao todo, cinco empresas que estampam suas marcas em uniformes correm risco de ter seus sites tirados do ar até o próximo dia 10. Destas, duas possuem parcerias com cinco equipes da Série A. No casamento da filha: Michael Schumacher é 'visto em público' pela primeira vez em 11 anos 'É o único jogador que conseguiu transformar, sozinho, dois clubes': técnico do Arsenal, Arteta se rende a Ronaldinho Uma eventual impossibilidade de estas bets continuarem atuando no Brasil põe em risco os contratos que elas possuem no país. Diante disso, os clubes trataram de procurar suas patrocinadoras para buscar com elas mais informações e tentar entender o tamanho desse risco. Das equipes da elite, Athletico, Bahia, Corinthians e Grêmio têm contrato com a Esportes da Sorte. Eles procuraram a parceira e ouviram que a empresa cumpriu todas as exigências do governo desde o último dia 20. A casa de apostas afirmou ainda que está em contato com a Secretaria de Prêmio e Apostas (SPA), do Ministério da Fazenda, desde a noite de terça, quando a lista foi divulgada, para obter a retificação e, assim, estar apta a seguir atuando. O problema é que a Esportes da Sorte é uma das investigadas na operação da Polícia Civil de Pernambuco contra uma suposta organização criminosa suspeita de movimentar quase R$ 3 bilhões com jogos ilegais e lavagem de dinheiro. A "Integration" levou à prisão, inclusive, do CEO Darwin Henrique da Silva Filho (confira a nota da empresa no fim da matéria). Do quarteto, o Grêmio foi o único que se manifestou oficialmente. Em nota, o clube afirmou que "acompanha o assunto com atenção. Informa que tem um contrato vigente com a Esportes da Sorte e que esse contrato está sendo cumprido por ambas as partes". Dos clubes da elite nessa situação, o Juventude é o único que possui uma patrocinadora diferente: a Stake. O clube gaúcho também procurou a casa de apostas atrás de informações que pudessem tranquilizá-lo. - Conversamos com representantes da patrocinadora e, pelas informações que obtivemos, estão fazendo o possível para buscar todos os detalhes da regularização. Inclusive, foram solicitados ao clube alguns ajustes de aplicação da marca justamente para cumprir algumas normas impostas pelas mudanças da lei - explicou Bruno Zaballa, vice-presidente de marketing do Juventude: - É uma das marcas mais conceituadas do ramo, uma referência no segmento no mundo e temos certeza de que a situação será ajustada. Enquanto isso, nada muda, e seguiremos firmes no acordo de patrocínio - completou. Bets fora da lista do governo: meio bilhão de reais em contratos Tamanho receio se deve ao fato de que, hoje, as casas de apostas são os principais patrocinadores do futebol brasileiro. A proibição de elas atuarem no Brasil põe em risco contratos milionários com duração até 2025 e, em alguns casos, até 2026. Considerando os valores totais, eles chegam a um total de R$ 517 milhões. O próximo dia 10 funciona também como prazo para os clubes retirarem as logomarcas das bets das camisas e de quaisquer outros espaços. É que, além de atuar no Brasil, as empresas não regularizadas também estarão proibidas de fazer qualquer tipo de publicidade a partir de 11 de outubro. O contrato mais valioso é o do Corinthians. Em julho, o clube paulista anunciou um acordo de patrocínio máster com duração de três anos com a Esportes da Sorte no valor de R$ 309 milhões. É com base neste contrato, inclusive, que a diretoria contratou o holandês Memphis Depay. Embora não tenha o espaço máster no Grêmio, a empresa também assinou um contrato de valor considerável com o clube gaúcho em março. São R$ 70 milhões para estampar a logomarca no peito até 2026. Athletico e Bahia assinaram contrato com a empresa em 2023, ambos válidos por três anos. Os valores são semelhantes: R$ 57 milhões com os baianos e R$ 51 milhões com os paranaeses. Embora seu acordo com a Stake tenha cifras mais modestas, o Juventude o anunciou como maior contrato de sua história no início deste ano. Válido por duas temporadas, pagará um total de cerca de R$ 30 milhões ao clube do interior gaúcho. Bets fora da lista do governo também patrocinam clubes da Série B A regulamentação do governo pode afetar também a Série B. Quatro casas de apostas patrocinadoras de cinco clubes da Segunda Divisão Nacional também ficaram fora da lista de bets divulgada pelo Ministério da Fazenda. Entre elas, está a própria Esportes da Sorte, que estampa sua marca na camisa do Ceará. A Reals, que patrocina o Coritiba e o Amazonas, também ficou ausente. A empresa informa ter apresentado todas as documentações exigidas (confirma a nota completa abaixo). Dafabet (Guarani) e Betvip (Sport) completam a lista. Veja o comunicado da Espo
Contratos com validade de dois e até três anos somam R$ 517 milhões só na Série A A ausência de algumas bets na lista das casas de apostas liberadas para atuar no Brasil até o fim do ano gerou preocupação no futebol brasileiro. Isso porque, entre as excluídas, estão patrocinadoras de clubes. Ao todo, cinco empresas que estampam suas marcas em uniformes correm risco de ter seus sites tirados do ar até o próximo dia 10. Destas, duas possuem parcerias com cinco equipes da Série A. No casamento da filha: Michael Schumacher é 'visto em público' pela primeira vez em 11 anos 'É o único jogador que conseguiu transformar, sozinho, dois clubes': técnico do Arsenal, Arteta se rende a Ronaldinho Uma eventual impossibilidade de estas bets continuarem atuando no Brasil põe em risco os contratos que elas possuem no país. Diante disso, os clubes trataram de procurar suas patrocinadoras para buscar com elas mais informações e tentar entender o tamanho desse risco. Das equipes da elite, Athletico, Bahia, Corinthians e Grêmio têm contrato com a Esportes da Sorte. Eles procuraram a parceira e ouviram que a empresa cumpriu todas as exigências do governo desde o último dia 20. A casa de apostas afirmou ainda que está em contato com a Secretaria de Prêmio e Apostas (SPA), do Ministério da Fazenda, desde a noite de terça, quando a lista foi divulgada, para obter a retificação e, assim, estar apta a seguir atuando. O problema é que a Esportes da Sorte é uma das investigadas na operação da Polícia Civil de Pernambuco contra uma suposta organização criminosa suspeita de movimentar quase R$ 3 bilhões com jogos ilegais e lavagem de dinheiro. A "Integration" levou à prisão, inclusive, do CEO Darwin Henrique da Silva Filho (confira a nota da empresa no fim da matéria). Do quarteto, o Grêmio foi o único que se manifestou oficialmente. Em nota, o clube afirmou que "acompanha o assunto com atenção. Informa que tem um contrato vigente com a Esportes da Sorte e que esse contrato está sendo cumprido por ambas as partes". Dos clubes da elite nessa situação, o Juventude é o único que possui uma patrocinadora diferente: a Stake. O clube gaúcho também procurou a casa de apostas atrás de informações que pudessem tranquilizá-lo. - Conversamos com representantes da patrocinadora e, pelas informações que obtivemos, estão fazendo o possível para buscar todos os detalhes da regularização. Inclusive, foram solicitados ao clube alguns ajustes de aplicação da marca justamente para cumprir algumas normas impostas pelas mudanças da lei - explicou Bruno Zaballa, vice-presidente de marketing do Juventude: - É uma das marcas mais conceituadas do ramo, uma referência no segmento no mundo e temos certeza de que a situação será ajustada. Enquanto isso, nada muda, e seguiremos firmes no acordo de patrocínio - completou. Bets fora da lista do governo: meio bilhão de reais em contratos Tamanho receio se deve ao fato de que, hoje, as casas de apostas são os principais patrocinadores do futebol brasileiro. A proibição de elas atuarem no Brasil põe em risco contratos milionários com duração até 2025 e, em alguns casos, até 2026. Considerando os valores totais, eles chegam a um total de R$ 517 milhões. O próximo dia 10 funciona também como prazo para os clubes retirarem as logomarcas das bets das camisas e de quaisquer outros espaços. É que, além de atuar no Brasil, as empresas não regularizadas também estarão proibidas de fazer qualquer tipo de publicidade a partir de 11 de outubro. O contrato mais valioso é o do Corinthians. Em julho, o clube paulista anunciou um acordo de patrocínio máster com duração de três anos com a Esportes da Sorte no valor de R$ 309 milhões. É com base neste contrato, inclusive, que a diretoria contratou o holandês Memphis Depay. Embora não tenha o espaço máster no Grêmio, a empresa também assinou um contrato de valor considerável com o clube gaúcho em março. São R$ 70 milhões para estampar a logomarca no peito até 2026. Athletico e Bahia assinaram contrato com a empresa em 2023, ambos válidos por três anos. Os valores são semelhantes: R$ 57 milhões com os baianos e R$ 51 milhões com os paranaeses. Embora seu acordo com a Stake tenha cifras mais modestas, o Juventude o anunciou como maior contrato de sua história no início deste ano. Válido por duas temporadas, pagará um total de cerca de R$ 30 milhões ao clube do interior gaúcho. Bets fora da lista do governo também patrocinam clubes da Série B A regulamentação do governo pode afetar também a Série B. Quatro casas de apostas patrocinadoras de cinco clubes da Segunda Divisão Nacional também ficaram fora da lista de bets divulgada pelo Ministério da Fazenda. Entre elas, está a própria Esportes da Sorte, que estampa sua marca na camisa do Ceará. A Reals, que patrocina o Coritiba e o Amazonas, também ficou ausente. A empresa informa ter apresentado todas as documentações exigidas (confirma a nota completa abaixo). Dafabet (Guarani) e Betvip (Sport) completam a lista. Veja o comunicado da Esportes da Sorte: "Nosso compromisso sempre foi com a transparência e em favor da regulamentação, tanto é que o Grupo Esportes da Sorte cumpriu com todas as exigências das portarias SPA/MF Nº 827/2024 e SPA/MF Nº 1.475/2024 e entregou toda a documentação correspondente dentro dos prazos estabelecidos nas respectivas portarias. Já estamos em contato com a Secretaria de Prêmios e Apostas para solicitar maiores esclarecimentos, uma vez que não existe qualquer impedimento legal para a continuidade da nossa atividade, que sempre ocorreu em conformidade às normas do Governo Federal". Veja a nota oficial da Reals: "A Reals informa que já entrou em contato com o Governo Federal e aguarda a resposta formal do SIGAP (Sistema de Gestão de Apostas). A empresa reitera que, desde o primeiro prazo para solicitação da licença, cumpriu integralmente todos os requisitos estabelecidos. Mantemos comunicação constante com o Ministério da Fazenda e aguardamos atualizações, tendo participado ativamente de todas as reuniões agendadas e atendido a todas as solicitações. Reforçamos que todos os critérios foram cumpridos desde a divulgação da primeira lista de empresas autorizadas, sendo a Reals a 13ª a apresentar a documentação exigida. A empresa está em plena conformidade com as normas estabelecidas pelo Governo Federal e integra a lista oficial das casas de apostas registradas no SIGAP", diz a nota da Reals.
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