Após a eleição, vereadores de cinco capitais aumentam os próprios salários; em duas, reajuste também alcança prefeitos
Tramitação mais recente ocorreu na cidade de São Paulo na terça-feira, quando, de forma simbólica, a proposta foi aprovada em exatos 23 segundos Ao aprovar um reajuste de 37% em seus vencimentos, os vereadores de São Paulo colocaram a Câmara da capital na lista de casas legislativas que aprovaram aumentos de salário assim que as eleições acabaram. Desde o primeiro turno, outras quatro capitais — Belém, Macapá, Maceió e Vitória — chancelaram medidas destinadas à vereança ou aos prefeitos. Vídeo: Explosões na Praça dos Três Poderes foram ouvidas durante entrevista de Erika Hilton sobre PEC contra escala 6x1 'Varreduras estão sendo feitas': Pacheco diz ter conversado com governadora interina do DF sobre explosões na Praça dos Três Poderes A tramitação mais recente ocorreu na cidade de São Paulo na terça-feira, quando, de forma simbólica (sem votação nominal), a proposta foi aprovada em exatos 23 segundos. Destinado apenas aos vereadores, o reajuste é de 37%, fazendo com o que o salário passe dos atuais R$ 18,9 mil para mais de R$ 26 mil. Polêmica em Belém A votação simbólica não foi uma particularidade de São Paulo. Em Belém, o instrumento também foi usado, e o projeto foi aprovado em meio a outras 34 proposições. A tramitação foi tão rápida que nem os vereadores tomaram conhecimento de quanto será o aumento salarial destinado a eles próprios e ao prefeito eleito Igor Normando (MDB). A aprovação a toque de caixas irritou parlamentares, que relatam ter pedido ao presidente da Casa, John Wayne (MDB), detalhamento da proposta e que ele teria deixado o plenário “com pressa”. — A votação foi feita sem a apresentação de um projeto, sem debate e sem que os vereadores tivessem acesso à pauta. Nós recorremos à Justiça para anular essa votação, e os servidores estão se mobilizando para uma greve geral — diz a vereadora Professora Silvia Leticia (PSOL). Mesmo após três semanas da sessão ordinária na Câmara de Belém, ainda não há clareza dessas informações, motivo pelo qual o Ministério Público apura o caso. O órgão quer entender qual foi o exato reajuste aprovado e se há alguma irregularidade. Procurada, a Câmara Municipal de Belém não se manifestou. Assim como em Belém, Macapá concedeu reajustes para os vereadores e para o prefeito. Reeleito com a votação mais expressiva do país — 85% dos votos em primeiro turno —, Doutor Furlan (MDB) ganhou um aumento de 68% para o próximo ano. Seu salário hoje de R$ 19,3 mil chegará a R$ 31,9 mil. Já os vereadores passarão a ganhar o que o prefeito recebe hoje — um aumento de 60%. O maior percentual de aumento de salário à vereança, de 97%, ocorreu em Vitória. Hoje, os parlamentares recebem R$ 8,9 mil, sendo a remuneração mais baixa das capitais brasileiras. A partir do ano que vem, ganharão R$ 17,6 mil. Já em Maceió, onde João Henrique Caldas (PL), o JHC, foi reeleito, sua base recebeu um afago que vinha sendo negociado nos bastidores do orçamento desde meados de seu primeiro mandato. O salário será reajustado em 26%, chegando a R$ 18,9 mil. Na esteira desses reajustes, uma sexta capital já se debruça sobre o tema. No mesmo dia em que São Paulo aprovou o aumento para os vereadores, a Câmara Municipal de São Luís passou a apreciar um texto sobre a remuneração do prefeito reeleito Eduardo Braide (PSD). Caso o projeto seja aprovado, o que articuladores atestam que ocorrerá, o salário passará de R$ 25 mil para R$ 37,5 mil. Na avaliação do cientista político Paulo Baía, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o que justifica a movimentação é a facilidade de aprovação neste fim de legislatura. Segundo ele, pautas que não foram votadas até agora acabam ficando para o próximo mandato, o que abre espaço para que os aumentos salariais se tornem prioridade. — A eleição é um dos vetores principais para os reajustes. Na maioria dos municípios, tem um interesse do mandatário que renova seu mandato em ter esse aumento. É mais fácil aprovar agora. Enquanto isso, os prefeitos eleitos ou reeleitos fazem acordos para garantir os seus. Outras cidades Para além das capitais, pelo menos outras 15 cidades no país aprovaram projetos semelhantes ao longo da última semana. Em Jundiaí, no interior de São Paulo, os vereadores se concederam 52% de aumento. Outro município em que a prática se concretizou é Caruaru, no agreste de Pernambuco, reduto eleitoral da governadora Raquel Lyra (PSDB). O prefeito reeleito, Rodrigo Pinheiro (PSDB), ganhou um reajuste de 37,5% e terá um salário de R$ 22 mil no próximo mandato. Os vereadores também foram agraciados com 25%. Independentemente dos interesses políticos, o que justifica a enxurrada de aumentos salariais aprovados são as leis orgânicas dos municípios, que seguem dois modelos: a possibilidade de conceder reajustes no fim de cada ano ou apenas no término da legislatura.
Tramitação mais recente ocorreu na cidade de São Paulo na terça-feira, quando, de forma simbólica, a proposta foi aprovada em exatos 23 segundos Ao aprovar um reajuste de 37% em seus vencimentos, os vereadores de São Paulo colocaram a Câmara da capital na lista de casas legislativas que aprovaram aumentos de salário assim que as eleições acabaram. Desde o primeiro turno, outras quatro capitais — Belém, Macapá, Maceió e Vitória — chancelaram medidas destinadas à vereança ou aos prefeitos. Vídeo: Explosões na Praça dos Três Poderes foram ouvidas durante entrevista de Erika Hilton sobre PEC contra escala 6x1 'Varreduras estão sendo feitas': Pacheco diz ter conversado com governadora interina do DF sobre explosões na Praça dos Três Poderes A tramitação mais recente ocorreu na cidade de São Paulo na terça-feira, quando, de forma simbólica (sem votação nominal), a proposta foi aprovada em exatos 23 segundos. Destinado apenas aos vereadores, o reajuste é de 37%, fazendo com o que o salário passe dos atuais R$ 18,9 mil para mais de R$ 26 mil. Polêmica em Belém A votação simbólica não foi uma particularidade de São Paulo. Em Belém, o instrumento também foi usado, e o projeto foi aprovado em meio a outras 34 proposições. A tramitação foi tão rápida que nem os vereadores tomaram conhecimento de quanto será o aumento salarial destinado a eles próprios e ao prefeito eleito Igor Normando (MDB). A aprovação a toque de caixas irritou parlamentares, que relatam ter pedido ao presidente da Casa, John Wayne (MDB), detalhamento da proposta e que ele teria deixado o plenário “com pressa”. — A votação foi feita sem a apresentação de um projeto, sem debate e sem que os vereadores tivessem acesso à pauta. Nós recorremos à Justiça para anular essa votação, e os servidores estão se mobilizando para uma greve geral — diz a vereadora Professora Silvia Leticia (PSOL). Mesmo após três semanas da sessão ordinária na Câmara de Belém, ainda não há clareza dessas informações, motivo pelo qual o Ministério Público apura o caso. O órgão quer entender qual foi o exato reajuste aprovado e se há alguma irregularidade. Procurada, a Câmara Municipal de Belém não se manifestou. Assim como em Belém, Macapá concedeu reajustes para os vereadores e para o prefeito. Reeleito com a votação mais expressiva do país — 85% dos votos em primeiro turno —, Doutor Furlan (MDB) ganhou um aumento de 68% para o próximo ano. Seu salário hoje de R$ 19,3 mil chegará a R$ 31,9 mil. Já os vereadores passarão a ganhar o que o prefeito recebe hoje — um aumento de 60%. O maior percentual de aumento de salário à vereança, de 97%, ocorreu em Vitória. Hoje, os parlamentares recebem R$ 8,9 mil, sendo a remuneração mais baixa das capitais brasileiras. A partir do ano que vem, ganharão R$ 17,6 mil. Já em Maceió, onde João Henrique Caldas (PL), o JHC, foi reeleito, sua base recebeu um afago que vinha sendo negociado nos bastidores do orçamento desde meados de seu primeiro mandato. O salário será reajustado em 26%, chegando a R$ 18,9 mil. Na esteira desses reajustes, uma sexta capital já se debruça sobre o tema. No mesmo dia em que São Paulo aprovou o aumento para os vereadores, a Câmara Municipal de São Luís passou a apreciar um texto sobre a remuneração do prefeito reeleito Eduardo Braide (PSD). Caso o projeto seja aprovado, o que articuladores atestam que ocorrerá, o salário passará de R$ 25 mil para R$ 37,5 mil. Na avaliação do cientista político Paulo Baía, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o que justifica a movimentação é a facilidade de aprovação neste fim de legislatura. Segundo ele, pautas que não foram votadas até agora acabam ficando para o próximo mandato, o que abre espaço para que os aumentos salariais se tornem prioridade. — A eleição é um dos vetores principais para os reajustes. Na maioria dos municípios, tem um interesse do mandatário que renova seu mandato em ter esse aumento. É mais fácil aprovar agora. Enquanto isso, os prefeitos eleitos ou reeleitos fazem acordos para garantir os seus. Outras cidades Para além das capitais, pelo menos outras 15 cidades no país aprovaram projetos semelhantes ao longo da última semana. Em Jundiaí, no interior de São Paulo, os vereadores se concederam 52% de aumento. Outro município em que a prática se concretizou é Caruaru, no agreste de Pernambuco, reduto eleitoral da governadora Raquel Lyra (PSDB). O prefeito reeleito, Rodrigo Pinheiro (PSDB), ganhou um reajuste de 37,5% e terá um salário de R$ 22 mil no próximo mandato. Os vereadores também foram agraciados com 25%. Independentemente dos interesses políticos, o que justifica a enxurrada de aumentos salariais aprovados são as leis orgânicas dos municípios, que seguem dois modelos: a possibilidade de conceder reajustes no fim de cada ano ou apenas no término da legislatura.
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