São Paulo já tem 46% mais mortes pela PM que em 2023
Até o dia 17 deste mês, a PM paulista matou 673 pessoas, diante de 460 no ano passado; SSP afirma que ocorrências são “rigorosamente” investigadas A Polícia Militar matou 673 pessoas até o dia 17 de novembro deste ano, segundo dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público de São Paulo. O número é 46% maior do que as mortes decorrentes de intervenção policial registradas em todo o ano passado, um total de 460. O Gaesp discrimina as mortes ocorridas em serviço e fora de serviço. Neste ano, foram 577 mortes cometidas por policiais militares durante o trabalho e 96 por agentes de folga. Em 2023, foram 354 por PMs em serviço e 106 por agentes fora. A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) vem sendo marcada por uma alta na letalidade policial. Em 2023, primeiro ano do atual governo, o estado registrou aumento de 19% no número de mortes cometidas por policiais militares em serviço e de folga em comparação a 2022. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirma que todos os casos de morte decorrente de intervenção policial que ocorrem em São Paulo são rigorosamente investigados pelas forças de segurança, com acompanhamento das respectivas Corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário. "Desde a formação e ao longo de toda carreira, os policiais paulistas passam por cursos de formação e atualização que contemplam disciplinas de direitos humanos, igualdade social, diversidade de gênero, ações antirracistas, entre outras. Além disso, os cursos ao efetivo são constantemente aprimorados e comissões direcionadas à análise dos procedimentos revisam e aprimoram os treinamentos, bem como as estruturas investigativas", diz o trecho da nota. Mortes sem explicação Na última quarta-feira (20), o estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, foi morto por um policial militar após uma abordagem em um hotel no bairro da Vila Mariana, zona sul da capital paulista. Imagens de uma câmera de segurança mostram o jovem desarmado, sem camiseta, se defendendo dos policiais. A família questiona o governo sobre o por quê do assassinato. No último dia 8, o menino Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, foi morto durante uma abordagem da PM no Morro de São Bento, em Santos. De acordo com a corporação, o disparo de fuzil que matou a criança partiu “provavelmente” de um dos agentes durante um confronto com criminosos. Testemunhas do crime contestam a versão oficial e dizem a PM atirou a esmo. Em setembro, o governo de São Paulo assinou um novo contrato para a substituição das câmeras corporais da PM. Ontem, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, estabeleceu o prazo de cinco dias para a atual gestão dar mais explicações sobre o uso dos equipamentos recém-adquiridos. O prazo para a implementação era outubro, mas a substituição ainda não teve início. De acordo com Barroso, “as informações prestadas são insuficientes para o adequado monitoramento dos compromissos assumidos”.
Até o dia 17 deste mês, a PM paulista matou 673 pessoas, diante de 460 no ano passado; SSP afirma que ocorrências são “rigorosamente” investigadas A Polícia Militar matou 673 pessoas até o dia 17 de novembro deste ano, segundo dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público de São Paulo. O número é 46% maior do que as mortes decorrentes de intervenção policial registradas em todo o ano passado, um total de 460. O Gaesp discrimina as mortes ocorridas em serviço e fora de serviço. Neste ano, foram 577 mortes cometidas por policiais militares durante o trabalho e 96 por agentes de folga. Em 2023, foram 354 por PMs em serviço e 106 por agentes fora. A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) vem sendo marcada por uma alta na letalidade policial. Em 2023, primeiro ano do atual governo, o estado registrou aumento de 19% no número de mortes cometidas por policiais militares em serviço e de folga em comparação a 2022. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirma que todos os casos de morte decorrente de intervenção policial que ocorrem em São Paulo são rigorosamente investigados pelas forças de segurança, com acompanhamento das respectivas Corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário. "Desde a formação e ao longo de toda carreira, os policiais paulistas passam por cursos de formação e atualização que contemplam disciplinas de direitos humanos, igualdade social, diversidade de gênero, ações antirracistas, entre outras. Além disso, os cursos ao efetivo são constantemente aprimorados e comissões direcionadas à análise dos procedimentos revisam e aprimoram os treinamentos, bem como as estruturas investigativas", diz o trecho da nota. Mortes sem explicação Na última quarta-feira (20), o estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, foi morto por um policial militar após uma abordagem em um hotel no bairro da Vila Mariana, zona sul da capital paulista. Imagens de uma câmera de segurança mostram o jovem desarmado, sem camiseta, se defendendo dos policiais. A família questiona o governo sobre o por quê do assassinato. No último dia 8, o menino Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, foi morto durante uma abordagem da PM no Morro de São Bento, em Santos. De acordo com a corporação, o disparo de fuzil que matou a criança partiu “provavelmente” de um dos agentes durante um confronto com criminosos. Testemunhas do crime contestam a versão oficial e dizem a PM atirou a esmo. Em setembro, o governo de São Paulo assinou um novo contrato para a substituição das câmeras corporais da PM. Ontem, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, estabeleceu o prazo de cinco dias para a atual gestão dar mais explicações sobre o uso dos equipamentos recém-adquiridos. O prazo para a implementação era outubro, mas a substituição ainda não teve início. De acordo com Barroso, “as informações prestadas são insuficientes para o adequado monitoramento dos compromissos assumidos”.
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