Papa visitará a Córsega em dezembro após evitar comparecer à reabertura da Catedral de Notre Dame
Esta será a primeira vez que um pontífice visita a região francesa, que tem estatuto de coletividade territorial única e cujo grau de autonomia é alvo de discussão entre o Estado e os representantes locais O papa Francisco visitará a ilha francesa da Córsega em 15 de dezembro, poucos dias após a data de reabertura da catedral de Notre Dame de Paris, em 7 de dezembro, que foi destruída por um incêndio em 2019. O pontífice não comparecerá ao evento que celebrará a restauração, informou o Vaticano neste sábado. COP29: Países ricos concordam em aumentar oferta de financiamento climático para US$ 300 bilhões por ano Sucesso da COP29: É ‘incerto’, diz comissário europeu do Clima "Aceitando o convite das autoridades civis e eclesiásticas, o papa Francisco fará uma viagem apostólica a Ajaccio em 15 de dezembro de 2024, por ocasião do encerramento do Congresso sobre a Fé Católica no Mediterrâneo", anunciou em um comunicado o diretor do serviço de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni. Initial plugin text O pontífice, que completará 88 anos dois dias após esta viagem, chegará à capital corsa às 9h do horário local e partirá pouco depois das 18h, segundo a agenda publicada pelo Vaticano. Jorge Bergoglio fará dois discursos e presidirá uma missa à tarde no Théatre de Verdure de Casone, antes de se encontrar com o presidente francês Emmanuel Macron. Esta visita, a primeira de um papa à Córsega, está programada para uma semana após a reabertura da catedral de Notre Dame de Paris, mais de cinco anos após seu devastador incêndio, para a qual Francisco recusou o convite oficial de Macron no ano passado. Bispo de Ajaccio, Dom Francois-Xavier Bustillo, apresenta o cartaz da visita planejada do Papa à Córsega no próximo dia 15 de dezembro AFP/ MAUREEN COFFLARD Diante da surpresa gerada por esta viagem, vários bispos franceses destacaram o apego do sumo pontífice às "periferias" e suas limitações de agenda em Roma. "A estrela da reabertura de Notre Dame de Paris é Notre Dame de Paris" e Francisco não quer "desviar a atenção para ele nesta ocasião", afirmou o presidente da Conferência Episcopal da França, monsenhor Éric de Moulins-Beaufort. A visita à Córsega foi organizada pelo monsenhor François-Xavier Bustillo, de 56 anos, um bispo muito popular e midiático de Ajaccio desde 2021, que o papa Francisco elevou ao cargo de cardeal em setembro de 2023. Bustillo revelou na quinta-feira o cartaz e o site oficial da visita e explicou que "alguns ajustes de ordem diplomática e administrativa" atrasavam a confirmação oficial do Vaticano. "Não será uma visita de Estado, será uma visita pastoral. Vai ser um momento bonito. Um momento de esperança e alegria", declarou o cardeal franco-espanhol. Após "um ano bastante particular do ponto de vista social e político", com "muita tensão e muitas divisões", ele considera esta visita um "evento unificador" e "um sopro de esperança". A chegada do papa desperta grande entusiasmo na ilha de forte tradição católica, onde os preparativos já começaram. Vários hotéis de Ajaccio registraram aumento nas reservas, e a diocese incentivou doações, bem como preparativos para este evento "histórico". De Malta à Sicília, passando pela ilha grega de Lesbos, Francisco viajou várias vezes à bacia mediterrânea, uma região que concentra diversas prioridades de seu pontificado, como o diálogo inter-religioso e a acolhida de migrantes. Mas é a primeira vez que um papa visita a Córsega, região francesa com um estatuto de coletividade territorial única e cujo grau de autonomia está em discussão entre o Estado e os representantes locais. O chefe da Igreja Católica já viajou duas vezes ao território francês desde o início de seu pontificado em 2013: a Estrasburgo, em 2014, e a Marselha, em setembro de 2023, mas nunca fez uma visita de Estado. Situada a 160 km do continente, a Córsega, quarta maior ilha do Mediterrâneo em extensão, tem cerca de 350 mil habitantes, dos quais 90% são católicos, segundo a Igreja local. As tradições religiosas, como as procissões, estão profundamente enraizadas. Apesar de seus recentes problemas de saúde, Francisco, que se locomove em cadeira de rodas, tem aparecido em boa forma nos últimos meses e continua viajando. Sua visita à Córsega será a 47ª viagem internacional desde 2013 e a terceira em 2024.
Esta será a primeira vez que um pontífice visita a região francesa, que tem estatuto de coletividade territorial única e cujo grau de autonomia é alvo de discussão entre o Estado e os representantes locais O papa Francisco visitará a ilha francesa da Córsega em 15 de dezembro, poucos dias após a data de reabertura da catedral de Notre Dame de Paris, em 7 de dezembro, que foi destruída por um incêndio em 2019. O pontífice não comparecerá ao evento que celebrará a restauração, informou o Vaticano neste sábado. COP29: Países ricos concordam em aumentar oferta de financiamento climático para US$ 300 bilhões por ano Sucesso da COP29: É ‘incerto’, diz comissário europeu do Clima "Aceitando o convite das autoridades civis e eclesiásticas, o papa Francisco fará uma viagem apostólica a Ajaccio em 15 de dezembro de 2024, por ocasião do encerramento do Congresso sobre a Fé Católica no Mediterrâneo", anunciou em um comunicado o diretor do serviço de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni. Initial plugin text O pontífice, que completará 88 anos dois dias após esta viagem, chegará à capital corsa às 9h do horário local e partirá pouco depois das 18h, segundo a agenda publicada pelo Vaticano. Jorge Bergoglio fará dois discursos e presidirá uma missa à tarde no Théatre de Verdure de Casone, antes de se encontrar com o presidente francês Emmanuel Macron. Esta visita, a primeira de um papa à Córsega, está programada para uma semana após a reabertura da catedral de Notre Dame de Paris, mais de cinco anos após seu devastador incêndio, para a qual Francisco recusou o convite oficial de Macron no ano passado. Bispo de Ajaccio, Dom Francois-Xavier Bustillo, apresenta o cartaz da visita planejada do Papa à Córsega no próximo dia 15 de dezembro AFP/ MAUREEN COFFLARD Diante da surpresa gerada por esta viagem, vários bispos franceses destacaram o apego do sumo pontífice às "periferias" e suas limitações de agenda em Roma. "A estrela da reabertura de Notre Dame de Paris é Notre Dame de Paris" e Francisco não quer "desviar a atenção para ele nesta ocasião", afirmou o presidente da Conferência Episcopal da França, monsenhor Éric de Moulins-Beaufort. A visita à Córsega foi organizada pelo monsenhor François-Xavier Bustillo, de 56 anos, um bispo muito popular e midiático de Ajaccio desde 2021, que o papa Francisco elevou ao cargo de cardeal em setembro de 2023. Bustillo revelou na quinta-feira o cartaz e o site oficial da visita e explicou que "alguns ajustes de ordem diplomática e administrativa" atrasavam a confirmação oficial do Vaticano. "Não será uma visita de Estado, será uma visita pastoral. Vai ser um momento bonito. Um momento de esperança e alegria", declarou o cardeal franco-espanhol. Após "um ano bastante particular do ponto de vista social e político", com "muita tensão e muitas divisões", ele considera esta visita um "evento unificador" e "um sopro de esperança". A chegada do papa desperta grande entusiasmo na ilha de forte tradição católica, onde os preparativos já começaram. Vários hotéis de Ajaccio registraram aumento nas reservas, e a diocese incentivou doações, bem como preparativos para este evento "histórico". De Malta à Sicília, passando pela ilha grega de Lesbos, Francisco viajou várias vezes à bacia mediterrânea, uma região que concentra diversas prioridades de seu pontificado, como o diálogo inter-religioso e a acolhida de migrantes. Mas é a primeira vez que um papa visita a Córsega, região francesa com um estatuto de coletividade territorial única e cujo grau de autonomia está em discussão entre o Estado e os representantes locais. O chefe da Igreja Católica já viajou duas vezes ao território francês desde o início de seu pontificado em 2013: a Estrasburgo, em 2014, e a Marselha, em setembro de 2023, mas nunca fez uma visita de Estado. Situada a 160 km do continente, a Córsega, quarta maior ilha do Mediterrâneo em extensão, tem cerca de 350 mil habitantes, dos quais 90% são católicos, segundo a Igreja local. As tradições religiosas, como as procissões, estão profundamente enraizadas. Apesar de seus recentes problemas de saúde, Francisco, que se locomove em cadeira de rodas, tem aparecido em boa forma nos últimos meses e continua viajando. Sua visita à Córsega será a 47ª viagem internacional desde 2013 e a terceira em 2024.
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