Múcio diz que ‘questões ideológicas’ afetaram licitação com Israel

Ministro afirma que 'a questão diplomática interfere na Defesa' O ministro da Defesa, José Múcio, disse que “questões ideológicas” teriam barrado uma licitação entre o governo brasileiro e Israel. A fala foi feita em evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI) na terça-feira. Em seu discurso na CNI, Múcio afirmou que “a questão diplomática interfere na Defesa”: — Houve agora uma concorrência, uma licitação, venceram os judeus, o povo de Israel. Mas por questões da guerra, do Hamas, os grupos políticos, não estamos com essa licitação pronta, mas por questões ideológicas, nós não podemos aprovar. O TCU não permitiu dar ao segundo colocado e nós estamos aguardando que essas questões passem, para que a gente possa se defender. A licitação citada pelo ministro se trata da compra de 36 veículos blindados de uma empresa israelense que se tornou um impasse dentro do governo e colocou em lados opostos o Ministério da Defesa e o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim. Conforme o GLOBO mostrou no mês passado, o ex-chanceler e principal conselheiro de Lula na política externa tentava convencer o presidente a não assinar contrato com a Elbit Systems, que venceu a licitação de R$ 1 bilhão em abril para a compra de veículos equipados com obuses capazes de disparos de grande alcance e precisão com munição calibre 155mm, sob o argumento de o governo israelense ter ofendido o presidente brasileiro. Desde então, o processo está parado. O atraso na assinatura do contrato com a Elbit incomodou o Ministério da Defesa. A compra previa a entrega de dois blindados como amostras até 2025 e outros 34 em lotes anuais até 2034. A aquisição faz parte do projeto para ampliar a capacidade da infantaria, dentro de um programa que recebe investimentos do Exército desde 2017. Em outro momento no evento, Múcio falou sobre um “embaraço diplomático” envolvendo a guerra na Ucrânia. — Temos uma munição aqui no Exército que não usamos. A Alemanha quis comprar. Está lá, custa caro para manter essa munição. Fizemos o negócio, um grande negócio. Não faz porque senão o alemão vai mandar para a Ucrânia, a Ucrânia vai usar contra a Rússia e a Rússia vai mexer nos nossos acordos de fertilizantes — declarou.

Oct 10, 2024 - 00:04
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Múcio diz que ‘questões ideológicas’ afetaram licitação com Israel

Ministro afirma que 'a questão diplomática interfere na Defesa' O ministro da Defesa, José Múcio, disse que “questões ideológicas” teriam barrado uma licitação entre o governo brasileiro e Israel. A fala foi feita em evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI) na terça-feira. Em seu discurso na CNI, Múcio afirmou que “a questão diplomática interfere na Defesa”: — Houve agora uma concorrência, uma licitação, venceram os judeus, o povo de Israel. Mas por questões da guerra, do Hamas, os grupos políticos, não estamos com essa licitação pronta, mas por questões ideológicas, nós não podemos aprovar. O TCU não permitiu dar ao segundo colocado e nós estamos aguardando que essas questões passem, para que a gente possa se defender. A licitação citada pelo ministro se trata da compra de 36 veículos blindados de uma empresa israelense que se tornou um impasse dentro do governo e colocou em lados opostos o Ministério da Defesa e o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim. Conforme o GLOBO mostrou no mês passado, o ex-chanceler e principal conselheiro de Lula na política externa tentava convencer o presidente a não assinar contrato com a Elbit Systems, que venceu a licitação de R$ 1 bilhão em abril para a compra de veículos equipados com obuses capazes de disparos de grande alcance e precisão com munição calibre 155mm, sob o argumento de o governo israelense ter ofendido o presidente brasileiro. Desde então, o processo está parado. O atraso na assinatura do contrato com a Elbit incomodou o Ministério da Defesa. A compra previa a entrega de dois blindados como amostras até 2025 e outros 34 em lotes anuais até 2034. A aquisição faz parte do projeto para ampliar a capacidade da infantaria, dentro de um programa que recebe investimentos do Exército desde 2017. Em outro momento no evento, Múcio falou sobre um “embaraço diplomático” envolvendo a guerra na Ucrânia. — Temos uma munição aqui no Exército que não usamos. A Alemanha quis comprar. Está lá, custa caro para manter essa munição. Fizemos o negócio, um grande negócio. Não faz porque senão o alemão vai mandar para a Ucrânia, a Ucrânia vai usar contra a Rússia e a Rússia vai mexer nos nossos acordos de fertilizantes — declarou.

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