Meninos envenenados: Juíza decreta prisão preventiva de acusado, que teria matado para se vingar da mãe de um deles
A juíza da 3ª Vara Criminal da Capital entendeu que há riscos de o suspeito intimidar testemunhas; o motoboy Rafael da Rocha Furtado estaria inconformado com o fim de seu relacionamento amoroso A juíza da 3ª Vara Criminal da Capital, Tula Correa de Mello, decretou a prisão preventiva do motoboy Rafael da Rocha Furtado pelos homicídios de Benjamim Rodrigues Ribeiro, de 7 anos, e Ythallo Raphael Tobias Rosa, de 6. As crianças foram envenenadas em 30 de setembro, na comunidade da Primavera, no bairro de Cavalcanti, Zona Norte do Rio de Janeiro, onde residiam. Em sua decisão, publicada na noite de quinta-feira (21-11), a magistrada justificou o acolhimento da denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio (MPRJ), que destacou a "gravidade" do caso e apontou o motivo torpe de vingança como causa do duplo homicídio, em razão do término do relacionamento entre Furtado e a mãe de Benjamim. O envenenamento foi realizado por meio de uma bebida, um açaí contaminado. Meninos envenenados: ex-padrasto suspeito do crime se entrega à polícia Chumbinho no estômago: Polícia identifica grãos amarronzados em resíduo gástrico de menino que morreu por suspeita de envenenamento A juíza afirmou em sua decisão: "Os fatos narrados na denúncia são de extrema gravidade, em especial por se tratarem de vítimas vulneráveis e inocentes — crianças —, e, portanto, ensejadores de grande intranquilidade social e abalo à ordem pública". Rafael da Rocha Furtado, suspeito de ter envenenado dois meninos Reprodução TV Globo Após serem constatadas diversas contradições no depoimento inicial de Furtado, confrontadas com os relatos de outras testemunhas, ele se tornou o principal suspeito das investigações conduzidas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). A polícia solicitou então sua prisão temporária, que foi deferida pela juíza. Furtado chegou a ser considerado foragido, mas se apresentou à DHC, na Barra da Tijuca, em 12 de outubro. De acordo com a denúncia do MPRJ, Furtado "livre e conscientemente, com inequívoca intenção de matar, envenenou o filho de sua ex-namorada, Benjamim Rodrigues Ribeiro, de apenas 7 anos, provocando encefalopatia anóxica", conforme descrito no laudo de necropsia. O menino foi levado por Furtado de moto até sua casa, mas, no trajeto, recebeu uma bebida de açaí envenenada. Caso Marielle: Élcio de Queiroz pede à Justiça para cumprir pena pelo duplo homicídio em presídio no Rio Ainda durante o percurso, Benjamim encontrou seu melhor amigo, Ythallo Rafael Tobias Rosa, de 6 anos, e compartilhou a bebida que carregava. Um terceiro menino, que estava com Ythallo, escapou por pouco de ser mais uma vítima. Ao retornarem para casa, Benjamin e Ythallo começaram a apresentar sintomas de envenenamento. Ambos foram levados separadamente a unidades de saúde. Ythallo foi declarado morto ao chegar à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Del Castilho. Benjamin, por sua vez, foi transferido para o Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, onde faleceu 13 dias depois. Troca na polícia: Escolha de Fábio Galvão como superintendente da PF do Rio desagrada policiais já investigados por ele As evidências reunidas pela polícia, incluídas na denúncia do MPRJ, convenceram a magistrada de que o encontro fortuito entre as crianças, ao compartilharem a bebida contaminada, levou à morte de Ythallo. "Assim, verifica-se que o principal ponto que une o envenenamento das vítimas é o encontro entre elas e a garrafa de açaí oferecida pelo denunciado. Os laudos atestam o envenenamento", destacou a juíza. Trama intrincada: 'Crime, polícia e política não se separam no Rio', diz Freixo sobre morte de Marielle A decisão da magistrada foi publicada, por coincidência, na véspera do Dia Estadual de Combate à Violência Infantil, nesta sexta-feira (22-11). Os homicídios qualificados contra menores de 14 anos enquadram-se na Lei 14.344/2022, conhecida como Lei Henry Borel, que torna esses crimes hediondos. Essa classificação os torna inafiançáveis e insuscetíveis de anistia, graça ou indulto, além de sujeitar os condenados a regime inicial fechado. A Lei Henry Borel foi promulgada em homenagem ao menino Henry Borel, de 4 anos, morto em 8 de março de 2021 após ser espancado no apartamento onde vivia, na Barra da Tijuca. Na ocasião, estavam presentes a mãe de Henry, Monique Medeiros, e o então namorado dela, Jairo Souza Santos Júnior, ex-vereador. O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou que a criança sofreu 23 ferimentos, incluindo hemorragias internas, laceração hepática e hematomas por todo o corpo. A causa da morte foi identificada como hemorragia interna e laceração do fígado.
A juíza da 3ª Vara Criminal da Capital entendeu que há riscos de o suspeito intimidar testemunhas; o motoboy Rafael da Rocha Furtado estaria inconformado com o fim de seu relacionamento amoroso A juíza da 3ª Vara Criminal da Capital, Tula Correa de Mello, decretou a prisão preventiva do motoboy Rafael da Rocha Furtado pelos homicídios de Benjamim Rodrigues Ribeiro, de 7 anos, e Ythallo Raphael Tobias Rosa, de 6. As crianças foram envenenadas em 30 de setembro, na comunidade da Primavera, no bairro de Cavalcanti, Zona Norte do Rio de Janeiro, onde residiam. Em sua decisão, publicada na noite de quinta-feira (21-11), a magistrada justificou o acolhimento da denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio (MPRJ), que destacou a "gravidade" do caso e apontou o motivo torpe de vingança como causa do duplo homicídio, em razão do término do relacionamento entre Furtado e a mãe de Benjamim. O envenenamento foi realizado por meio de uma bebida, um açaí contaminado. Meninos envenenados: ex-padrasto suspeito do crime se entrega à polícia Chumbinho no estômago: Polícia identifica grãos amarronzados em resíduo gástrico de menino que morreu por suspeita de envenenamento A juíza afirmou em sua decisão: "Os fatos narrados na denúncia são de extrema gravidade, em especial por se tratarem de vítimas vulneráveis e inocentes — crianças —, e, portanto, ensejadores de grande intranquilidade social e abalo à ordem pública". Rafael da Rocha Furtado, suspeito de ter envenenado dois meninos Reprodução TV Globo Após serem constatadas diversas contradições no depoimento inicial de Furtado, confrontadas com os relatos de outras testemunhas, ele se tornou o principal suspeito das investigações conduzidas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). A polícia solicitou então sua prisão temporária, que foi deferida pela juíza. Furtado chegou a ser considerado foragido, mas se apresentou à DHC, na Barra da Tijuca, em 12 de outubro. De acordo com a denúncia do MPRJ, Furtado "livre e conscientemente, com inequívoca intenção de matar, envenenou o filho de sua ex-namorada, Benjamim Rodrigues Ribeiro, de apenas 7 anos, provocando encefalopatia anóxica", conforme descrito no laudo de necropsia. O menino foi levado por Furtado de moto até sua casa, mas, no trajeto, recebeu uma bebida de açaí envenenada. Caso Marielle: Élcio de Queiroz pede à Justiça para cumprir pena pelo duplo homicídio em presídio no Rio Ainda durante o percurso, Benjamim encontrou seu melhor amigo, Ythallo Rafael Tobias Rosa, de 6 anos, e compartilhou a bebida que carregava. Um terceiro menino, que estava com Ythallo, escapou por pouco de ser mais uma vítima. Ao retornarem para casa, Benjamin e Ythallo começaram a apresentar sintomas de envenenamento. Ambos foram levados separadamente a unidades de saúde. Ythallo foi declarado morto ao chegar à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Del Castilho. Benjamin, por sua vez, foi transferido para o Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon, onde faleceu 13 dias depois. Troca na polícia: Escolha de Fábio Galvão como superintendente da PF do Rio desagrada policiais já investigados por ele As evidências reunidas pela polícia, incluídas na denúncia do MPRJ, convenceram a magistrada de que o encontro fortuito entre as crianças, ao compartilharem a bebida contaminada, levou à morte de Ythallo. "Assim, verifica-se que o principal ponto que une o envenenamento das vítimas é o encontro entre elas e a garrafa de açaí oferecida pelo denunciado. Os laudos atestam o envenenamento", destacou a juíza. Trama intrincada: 'Crime, polícia e política não se separam no Rio', diz Freixo sobre morte de Marielle A decisão da magistrada foi publicada, por coincidência, na véspera do Dia Estadual de Combate à Violência Infantil, nesta sexta-feira (22-11). Os homicídios qualificados contra menores de 14 anos enquadram-se na Lei 14.344/2022, conhecida como Lei Henry Borel, que torna esses crimes hediondos. Essa classificação os torna inafiançáveis e insuscetíveis de anistia, graça ou indulto, além de sujeitar os condenados a regime inicial fechado. A Lei Henry Borel foi promulgada em homenagem ao menino Henry Borel, de 4 anos, morto em 8 de março de 2021 após ser espancado no apartamento onde vivia, na Barra da Tijuca. Na ocasião, estavam presentes a mãe de Henry, Monique Medeiros, e o então namorado dela, Jairo Souza Santos Júnior, ex-vereador. O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou que a criança sofreu 23 ferimentos, incluindo hemorragias internas, laceração hepática e hematomas por todo o corpo. A causa da morte foi identificada como hemorragia interna e laceração do fígado.
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