Funcionários da TSMC no Arizona Processam a Gigante dos Semicondutores por Suposto Favoritismo Ilegal a Trabalho Taiwanês na Fábrica

Em 2020, a TSMC anunciou um investimento de 65 bilhões de dólares para construir três fábricas de produção de chips em Phoenix, Arizona. Essa iniciativa ambiciosa tinha como objetivo não apenas trazer a fabricação de wafers para os Estados Unidos, mas também gerar milhares de empregos locais. Contudo, a maior empresa de semicondutores do mundo […]

Nov 14, 2024 - 06:11
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Funcionários da TSMC no Arizona Processam a Gigante dos Semicondutores por Suposto Favoritismo Ilegal a Trabalho Taiwanês na Fábrica

Em 2020, a TSMC anunciou um investimento de 65 bilhões de dólares para construir três fábricas de produção de chips em Phoenix, Arizona. Essa iniciativa ambiciosa tinha como objetivo não apenas trazer a fabricação de wafers para os Estados Unidos, mas também gerar milhares de empregos locais. Contudo, a maior empresa de semicondutores do mundo agora enfrenta sérias acusações de discriminação, sendo processada por trabalhadores que alegam favoritismo ilegal em favor de funcionários taiwaneses.

Mais da metade dos funcionários da unidade em Arizona é originária de Taiwan, o que tem gerado tensões no ambiente de trabalho e afetado a moral da equipe. De acordo com a Forbes, o processo foi inicialmente apresentado em agosto por Deborah Howington, uma executiva de aquisição de talentos da TSMC, no Tribunal do Norte da Califórnia. Howington, que faz parte da liderança de recursos humanos da empresa, afirma que existe uma cultura de práticas discriminatórias que favorece os trabalhadores taiwaneses. Doze outros funcionários também aderiram ao processo, apresentando alegações semelhantes.

O fundador da TSMC, Morris Chang, acredita que a controvérsia é resultado da escassez de talentos em manufatura nos EUA. Atualmente, cerca de 2.200 trabalhadores estão alocados na fábrica do Arizona, dos quais mais da metade vem de Taiwan. Howington revelou que a TSMC estabeleceu um acordo secreto com um recrutador asiático para trazer candidatos taiwaneses para as vagas nos EUA. É possível que esses trabalhadores recebam melhores salários no exterior, piorando ainda mais a situação dos funcionários norte-americanos.

O advogado do grupo de reclamantes, Daniel Kotchen, do escritório Kotchen & Low, destacou que a TSMC deve respeitar as leis federais de anti-discriminação e tratar todos os indivíduos de forma equitativa. Recentemente, Kotchen & Low venceu um processo coletivo contra a Cognizant por favorecer trabalhadores indianos com vistos H-1B sobre contratações locais. Ele afirmou: “A TSMC, ao aceitar 6 bilhões de dólares em financiamento federal nos EUA e optar por competir no país, deve cumprir as leis federais de discriminação e tratar todas as raças, origens nacionais e cidadãos de forma igualitária.”

A TSMC ainda não respondeu ao processo coletivo e não fez comentários sobre a litigação em andamento, embora um porta-voz tenha afirmado que a empresa valoriza um ambiente de trabalho diversificado, assegurando que todos têm canais disponíveis para expressar suas preocupações.

Além disso, o processo menciona a suposta preferência da TSMC por colaboradores fluentes em Mandarim. Os reclamantes alegam que muitas reuniões ocorrem apenas nesse idioma, dificultando a comunicação para os funcionários que falam inglês. Esse problema ficou evidente quando empregados dos EUA viajaram para Taiwan para treinamento, onde um gerente sugeriu que uma funcionária aprendessem Mandarim através do aplicativo Duolingo.

As alegações continuam, sugerindo que uma língua diferente poderia estar sendo usada para proteger informações sensíveis. Funcionários taiwaneses com vistos para os EUA teriam avaliações de desempenho e atribuições de trabalho mais favoráveis. Um dos reclamantes revelou que a TSMC fez parcerias com a Banner Health para oferecer benefícios exclusivos a trabalhadores taiwaneses, que não estavam disponíveis para cidadãos americanos, além de contar com um médico taiwanês sem licença para atuar nos Estados Unidos.

Com essa onda de acusações, a TSMC, a maior empresa de semicondutores do mundo, enfrenta um conflito jurídico que pode prejudicar sua relação com os Estados Unidos, a menos que a situação seja resolvida rapidamente.

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