Descubra as Riquezas do Pampa: Um Bioma Singular do Sul do Brasil

O Brasil destaca-se como um dos países mais ricos em biodiversidade, apresentando uma vasta gama de ecossistemas. Um desses ecossistemas é o bioma Pampa, que está em evidência na 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (21ª SNCT). Este ano, o evento, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), adota o tema “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais” e acontece até este domingo (10) na praça do Museu Nacional da República, próximo à Rodoviária do Plano Piloto, com entrada gratuita para o público em geral.

A biota do Pampa se encontra no centro-sul da América, sendo restrita ao estado do Rio Grande do Sul no Brasil. Esse bioma possui características únicas em termos de vegetação, fauna, clima, solo e relevo, ocupando 2,07% do território nacional (equivalente a 8.514.876 km²).

Na 21ª SNCT, o Pampa é explorado em diferentes estandes, como o da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), que apresenta a exposição Astrofísica dos Corpos Negros. Nesta mostra, os pesquisadores discutem temas fundamentais da astrofísica que instigam reflexões sobre originamento e o futuro da humanidade, além de abordarem questões sociais que afetam o acesso à ciência e à qualidade de vida.

A pesquisadora Eliade Lima, da Unipampa, comenta sobre a importância da preservação do bioma Pampa no curso de Ciências da Natureza, destacando projetos de extensão. Ela ressalta que a astrofísica na região do Pampa oferece uma singularidade, devido à altitude reduzida. Por exemplo, em Uruguaiana, os pôr do sol acontecem às 21h durante o verão, favorecendo a observação de fenômenos astronômicos como eclipses e chuvas de meteoros, além do movimento das constelações em um céu incomum.

O estande da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) também destaca as peculiaridades do bioma, especialmente no que diz respeito à vegetação. O Pampa abriga uma diversidade rica de espécies, incluindo frutíferas, medicinais e ornamentais, além de plantas exóticas que se adaptaram à região. Durante a Semana Nacional, os pesquisadores da Embrapa apresentaram o Butiá, uma fruta típica da região, que possui oito variedades diferentes, sendo conhecida por diversos nomes em outras partes do Brasil.

Além de sua importância cultural, o Butiá é versátil na culinária. Em 2022, a Embrapa lançou o livro “Butiá para Todos os Gustos”, que contém 140 receitas utilizando essa fruta amarela.

Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) e natural do Rio Grande do Sul, esteve presente na SNCT e comentou sobre a beleza e a diversidade do Pampa, que ainda são pouco reconhecidas pelos brasileiros. Ele alertou para o perigo da desertificação que o bioma enfrenta e enfatizou os esforços do Governo Federal, através do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), para mitigar esse processo. Pimenta destacou que ciência e tecnologia são essenciais para a preservação e valorização deste bioma único no mundo.

Saiba mais:

Vegetação

A vegetação do Pampa é composta predominantemente por gramíneas, incluindo cerca de 3 mil espécies de plantas, das quais 450 são gramíneas, além de 70 tipos de cactos, 100 espécies de árvores e 150 leguminosas.

Fauna

Com uma rica fauna, o Pampa abriga 102 espécies de mamíferos, 476 aves, 50 anfíbios, 97 répteis e 50 espécies de peixes.

Clima

O clima da região é temperado, com temperaturas médias variando entre 13 °C e 17 °C.

Solo

O solo do Pampa é caracterizado por ser arenoso e raso, porém fértil, capaz de sustentar uma diversidade de espécies vegetais.

Relevo

O relevo do Pampa é marcado por planícies e morros suaves a ondulados.

Localização

O Pampa está situado no centro-sul do continente americano, sendo restrito ao estado do Rio Grande do Sul no Brasil.

Nome

A palavra “Pampa” deriva do quíchua, uma língua indígena, e significa “plano” ou “planície”.