Demissões em massa: Especialistas explicam como empresas devem conduzir e lidar com a perda de colaboradores

Em um cenário de cortes massivos, empresas que equilibram a empatia e a eficiência nas demissões estão criando um novo padrão de desligamento responsável As ondas de demissão são momentos delicados para os colaboradores que partem, mas também para os que permanecem. Ao longo de 2024, empresas internacionais, como Google, Amazon, Citigroup e BlackRock, fizeram cortes significativos em suas forças de trabalho. No entanto, as reestruturações em grandes organizações vêm chamando a atenção há alguns anos no mercado brasileiro. Diante de um cenário que parece cada vez mais comum no Brasil, especialistas acendem um alerta para como as demissões em massa devem ser conduzidas para preservação dos funcionários e do próprio negócio. Durante os dois primeiros meses de 2023, mais de 50 empresas — a maioria do setor de tecnologia — anunciaram demissões em massa no Brasil, segundo dados da plataforma Layoffs Brasil. Entre elas, Google, Nubank, C6 Bank, Loggi e Enjoei. Essa realidade faz parte de um cenário mais amplo de reestruturações em empresas de diferentes setores, que buscam ajustar suas operações no ambiente econômico atual. Em meio a um cenário de mudanças, o executivo de RH e especialista em carreiras Marcos Tonin alerta que as demissões em massa exigem atenção para a forma de conduzir os desligamentos, além dos impactos emocionais e sociais para os funcionários. Empresas como Twitter e Airbnb exemplificam abordagens opostas, levantando reflexões sobre o equilíbrio entre humanidade e eficiência. Desde que Elon Musk assumiu o Twitter, a plataforma passou por demissões em massa abruptas. Cerca de 80% do quadro de funcionários foi cortado, reduzindo o número de colaboradores de 7.500 para apenas 1.300. A estratégia foi apresentada como uma reestruturação agressiva para cortar custos, mas a ausência de comunicação prévia abalou a imagem da empresa, e de Musk como líder. Por outro lado, a Airbnb enfrentou uma situação delicada em 2020, durante a pandemia de COVID-19, quando precisou reduzir cerca de 25% de sua força de trabalho, totalizando 1.900 demissões. O CEO, Brian Chesky, comunicou a decisão em uma carta pública clara e transparente, explicando os motivos e as dificuldades da medida. A empresa ofereceu suporte aos funcionários afetados, incluindo extensão de benefícios de saúde, apoio na recolocação, e um diretório com currículos para conectá-los a novas oportunidades. “Desligar um colaborador com cuidado é um conceito de futuro, mas pode parecer artificial em alguns contextos, especialmente quando há uma desconexão entre a mensagem e a prática. Por outro lado, uma abordagem humanizada, como a da Airbnb, reforça valores positivos e minimiza os danos à cultura organizacional”, comenta Tonin, que destaca a necessidade de equilíbrio no ambiente corporativo. Segundo o especialista, a maneira como a empresa lida com o desligamento de colaboradores reflete diretamente a qualidade da liderança e sua preocupação com o bem-estar do time. Além disso, ele afirma que esses exemplos mostram que a forma como uma organização conduz desligamentos pode impactar profundamente sua imagem e a confiança dos colaboradores atuais e futuros. “Um processo de demissão bem conduzido demonstra respeito pelo colaborador e preserva a confiança da equipe, algo que é crucial para o bom andamento da empresa no futuro.” De acordo com o especialista, em tempos de reestruturações, em que empresas buscam cortar custos e se manter competitivas, é necessário ponderar as consequências emocionais das demissões. “Empresas que conseguem equilibrar a humanização do processo com a necessidade de eficiência são vistas como mais respeitosas e confiáveis, o que reflete positivamente em sua reputação e no engajamento dos colaboradores restantes”, alerta Marcos Tonin.

Nov 23, 2024 - 06:12
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Demissões em massa: Especialistas explicam como empresas devem conduzir e lidar com a perda de colaboradores

Em um cenário de cortes massivos, empresas que equilibram a empatia e a eficiência nas demissões estão criando um novo padrão de desligamento responsável As ondas de demissão são momentos delicados para os colaboradores que partem, mas também para os que permanecem. Ao longo de 2024, empresas internacionais, como Google, Amazon, Citigroup e BlackRock, fizeram cortes significativos em suas forças de trabalho. No entanto, as reestruturações em grandes organizações vêm chamando a atenção há alguns anos no mercado brasileiro. Diante de um cenário que parece cada vez mais comum no Brasil, especialistas acendem um alerta para como as demissões em massa devem ser conduzidas para preservação dos funcionários e do próprio negócio. Durante os dois primeiros meses de 2023, mais de 50 empresas — a maioria do setor de tecnologia — anunciaram demissões em massa no Brasil, segundo dados da plataforma Layoffs Brasil. Entre elas, Google, Nubank, C6 Bank, Loggi e Enjoei. Essa realidade faz parte de um cenário mais amplo de reestruturações em empresas de diferentes setores, que buscam ajustar suas operações no ambiente econômico atual. Em meio a um cenário de mudanças, o executivo de RH e especialista em carreiras Marcos Tonin alerta que as demissões em massa exigem atenção para a forma de conduzir os desligamentos, além dos impactos emocionais e sociais para os funcionários. Empresas como Twitter e Airbnb exemplificam abordagens opostas, levantando reflexões sobre o equilíbrio entre humanidade e eficiência. Desde que Elon Musk assumiu o Twitter, a plataforma passou por demissões em massa abruptas. Cerca de 80% do quadro de funcionários foi cortado, reduzindo o número de colaboradores de 7.500 para apenas 1.300. A estratégia foi apresentada como uma reestruturação agressiva para cortar custos, mas a ausência de comunicação prévia abalou a imagem da empresa, e de Musk como líder. Por outro lado, a Airbnb enfrentou uma situação delicada em 2020, durante a pandemia de COVID-19, quando precisou reduzir cerca de 25% de sua força de trabalho, totalizando 1.900 demissões. O CEO, Brian Chesky, comunicou a decisão em uma carta pública clara e transparente, explicando os motivos e as dificuldades da medida. A empresa ofereceu suporte aos funcionários afetados, incluindo extensão de benefícios de saúde, apoio na recolocação, e um diretório com currículos para conectá-los a novas oportunidades. “Desligar um colaborador com cuidado é um conceito de futuro, mas pode parecer artificial em alguns contextos, especialmente quando há uma desconexão entre a mensagem e a prática. Por outro lado, uma abordagem humanizada, como a da Airbnb, reforça valores positivos e minimiza os danos à cultura organizacional”, comenta Tonin, que destaca a necessidade de equilíbrio no ambiente corporativo. Segundo o especialista, a maneira como a empresa lida com o desligamento de colaboradores reflete diretamente a qualidade da liderança e sua preocupação com o bem-estar do time. Além disso, ele afirma que esses exemplos mostram que a forma como uma organização conduz desligamentos pode impactar profundamente sua imagem e a confiança dos colaboradores atuais e futuros. “Um processo de demissão bem conduzido demonstra respeito pelo colaborador e preserva a confiança da equipe, algo que é crucial para o bom andamento da empresa no futuro.” De acordo com o especialista, em tempos de reestruturações, em que empresas buscam cortar custos e se manter competitivas, é necessário ponderar as consequências emocionais das demissões. “Empresas que conseguem equilibrar a humanização do processo com a necessidade de eficiência são vistas como mais respeitosas e confiáveis, o que reflete positivamente em sua reputação e no engajamento dos colaboradores restantes”, alerta Marcos Tonin.

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