Com promessa de deportação em massa, Trump aposta na radicalização em discurso sobre imigração no Colorado

Ex-presidente falou em cidade, segundo ele, comandada por uma gangue venezuelana, e prometeu lei que prevê a pena de morte para estrangeiros que matarem americanos O ex-presidente dos EUA e candidato à Presidência, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira que 5 de novembro — data da eleição — será o "dia da libertação" em um discurso no qual pintou um quadro apocalíptico de um país "ocupado" por hordas de estrangeiros criminosos. A fala ocorreu em uma cidade que, segundo ele, foi tomada pela gangue venezuelana Trem de Aragua, algo que as autoridades locais refutam. Campanha de desinformação: Elon Musk usa rede social para disseminar teorias conspiratórias sobre furacões em meio à eleição presidencial nos EUA 'Imprudente, irresponsável e implacável': Biden critica Trump por ‘avalanche de mentiras’ sobre furacões Em um discurso mais extremista do que o habitual, Trump soltou as rédeas de sua retórica contra os imigrantes. — Os Estados Unidos são conhecidos em todo o mundo como país ocupado. Estamos sendo ocupados por uma força criminosa — afirmou o republicano em Aurora, no estado do Colorado. — Mas prometo a vocês: 5 de novembro de 2024 será o dia da libertação nos Estados Unidos. Trump acusou sua rival nas urnas em novembro, a vice-presidente Kamala Harris, de ter importado "um exército de membros de gangues estrangeiros ilegais e imigrantes criminosos das masmorras do Terceiro Mundo" e de tê-los "realocado" em Aurora. Trumpistas afirmam que a cidade é aterrorizada por imigrantes da América Latina desde a divulgação de um vídeo que mostra latinos armados em um prédio, apesar dos desmentidos de autoridades. Em Ohio: Trump diz que imigrantes não são 'gente' e afirma que haverá 'banho de sangue' se não for eleito em novembro Trump chamou a vice-presidente de "criminosa" e afirmou falsamente que gangues venezuelanas no Colorado foram autorizadas a atirar contra a polícia. Segundo ele, existe um "inimigo interno": — Toda a escória com que temos que lidar que odeia o nosso país — afirmou. O republicano prometeu deportar os membros de gangues até não restar nenhum, e descreveu algumas das medidas que tomará se vencer as eleições, entre elas restaurar o Título 42, norma sanitária implementada durante a pandemia de Covid-19 que permitia bloquear praticamente todos os imigrantes. E foi além: ele propôs um plano, apelidado de “Operação Aurora”, para expulsar imigrantes em situação irregular, usando como pretexto uma lei adotada no século XVIII, poucos anos depois da independência. — “Enviaremos esquadrões de elite do ICE(Imigração e Alfândega dos EUA), da Patrulha da Fronteira e forças federais para prender e deportar cada membro de gangue de estrangeiros ilegais até que não sobre nenhum neste país — disse Trump, defendendo ainda a aprovação de uma lei que estabelecesse a pena de morte a imigrantes que matassem um cidadão americano ou um policial. Calcanhar de aquiles de Biden: Bode expiatório na eleição dos EUA, imigração impulsionará crescimento econômico do país em US$ 7 trilhões O ex-presidente insistiu na retórica xenófoba ao dizer que os imigrantes “estão muito, muito doentes, com doenças altamente contagiosas, e são trazidos para infectar o nosso país", os acusando de "envenenar" os Estados Unidos. — Enviarei ao Congresso um projeto de lei para proibir todas as cidades-santuário — se referindo a locais que protegem os imigrantes da expulsão. — Iniciaremos a maior operação de deportação da história americana. Um de seus pontos fortes na campanha, Trump tem insistido na pauta para angariar votos especialmente em estados na divisa com o México, como o Arizona, que é um dos estados decisivos em novembro, e em regiões onde há um número crescente de estrangeiros, mesmo que para isso precise inventar histórias. Foi o caso, por exemplo, de Springfield, em Ohio, onde o republicano disse que haitianos estavam caçando animais domésticos para comer, algo que autoridades locais e a própria comunidade negaram veementemente.

Oct 12, 2024 - 02:27
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Com promessa de deportação em massa, Trump aposta na radicalização em discurso sobre imigração no Colorado

Ex-presidente falou em cidade, segundo ele, comandada por uma gangue venezuelana, e prometeu lei que prevê a pena de morte para estrangeiros que matarem americanos O ex-presidente dos EUA e candidato à Presidência, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira que 5 de novembro — data da eleição — será o "dia da libertação" em um discurso no qual pintou um quadro apocalíptico de um país "ocupado" por hordas de estrangeiros criminosos. A fala ocorreu em uma cidade que, segundo ele, foi tomada pela gangue venezuelana Trem de Aragua, algo que as autoridades locais refutam. Campanha de desinformação: Elon Musk usa rede social para disseminar teorias conspiratórias sobre furacões em meio à eleição presidencial nos EUA 'Imprudente, irresponsável e implacável': Biden critica Trump por ‘avalanche de mentiras’ sobre furacões Em um discurso mais extremista do que o habitual, Trump soltou as rédeas de sua retórica contra os imigrantes. — Os Estados Unidos são conhecidos em todo o mundo como país ocupado. Estamos sendo ocupados por uma força criminosa — afirmou o republicano em Aurora, no estado do Colorado. — Mas prometo a vocês: 5 de novembro de 2024 será o dia da libertação nos Estados Unidos. Trump acusou sua rival nas urnas em novembro, a vice-presidente Kamala Harris, de ter importado "um exército de membros de gangues estrangeiros ilegais e imigrantes criminosos das masmorras do Terceiro Mundo" e de tê-los "realocado" em Aurora. Trumpistas afirmam que a cidade é aterrorizada por imigrantes da América Latina desde a divulgação de um vídeo que mostra latinos armados em um prédio, apesar dos desmentidos de autoridades. Em Ohio: Trump diz que imigrantes não são 'gente' e afirma que haverá 'banho de sangue' se não for eleito em novembro Trump chamou a vice-presidente de "criminosa" e afirmou falsamente que gangues venezuelanas no Colorado foram autorizadas a atirar contra a polícia. Segundo ele, existe um "inimigo interno": — Toda a escória com que temos que lidar que odeia o nosso país — afirmou. O republicano prometeu deportar os membros de gangues até não restar nenhum, e descreveu algumas das medidas que tomará se vencer as eleições, entre elas restaurar o Título 42, norma sanitária implementada durante a pandemia de Covid-19 que permitia bloquear praticamente todos os imigrantes. E foi além: ele propôs um plano, apelidado de “Operação Aurora”, para expulsar imigrantes em situação irregular, usando como pretexto uma lei adotada no século XVIII, poucos anos depois da independência. — “Enviaremos esquadrões de elite do ICE(Imigração e Alfândega dos EUA), da Patrulha da Fronteira e forças federais para prender e deportar cada membro de gangue de estrangeiros ilegais até que não sobre nenhum neste país — disse Trump, defendendo ainda a aprovação de uma lei que estabelecesse a pena de morte a imigrantes que matassem um cidadão americano ou um policial. Calcanhar de aquiles de Biden: Bode expiatório na eleição dos EUA, imigração impulsionará crescimento econômico do país em US$ 7 trilhões O ex-presidente insistiu na retórica xenófoba ao dizer que os imigrantes “estão muito, muito doentes, com doenças altamente contagiosas, e são trazidos para infectar o nosso país", os acusando de "envenenar" os Estados Unidos. — Enviarei ao Congresso um projeto de lei para proibir todas as cidades-santuário — se referindo a locais que protegem os imigrantes da expulsão. — Iniciaremos a maior operação de deportação da história americana. Um de seus pontos fortes na campanha, Trump tem insistido na pauta para angariar votos especialmente em estados na divisa com o México, como o Arizona, que é um dos estados decisivos em novembro, e em regiões onde há um número crescente de estrangeiros, mesmo que para isso precise inventar histórias. Foi o caso, por exemplo, de Springfield, em Ohio, onde o republicano disse que haitianos estavam caçando animais domésticos para comer, algo que autoridades locais e a própria comunidade negaram veementemente.

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