Ataques israelenses matam 19 em Gaza e 11 no centro de Beirute, afirmam autoridades locais
O ataque na madrugada no bairro operário de Basta, na zona central da capital libanesa, não foi precedido por aviso de retirada da população pelo exército israelense; são 63 feridos no Líbano e 40 em Gaza neste sábado Um ataque aéreo israelense no centro de Beirute matou pelo menos 11 pessoas e deixou 63 feridos na madrugada de sábado, destruindo um prédio residencial e despertando moradores em toda a cidade, enquanto Israel continua sua campanha aérea contra o Hezbollah. O ataque foi seguido por outros nos subúrbios do sul da cidade, nests caso após pedidos do exército israelense para a retirada da população da área. Leia mais: Defesa civil de Gaza diz que 19 pessoas morreram em ataques israelenses Veja também: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda para o segundo turno no Uruguai Operações de resgate foram feitas no local do primeiro ataque na manhã de sábado, com escavadeiras removendo os escombros de um prédio de oito andares atingido. — O ataque foi tão forte que parecia que o prédio ia cair sobre nossas cabeças — disse Samir, de 60 anos, que mora em um prédio em frente ao que foi destruído. Ele contou que fugiu de casa no meio da noite com sua esposa e filhos. — Vimos duas pessoas mortas no chão... as crianças começaram a chorar, e a mãe delas ainda mais — disse ele à AFP. A Agência Nacional de Notícias do Líbano (NNA) informou que Beirute "acordou em meio a um massacre horrível", depois que jatos israelenses atingiram o prédio, no bairro operário de Basta, no centro de Beirute. De acordo com a NNA, os jatos israelenses lançaram seis mísseis contra a estrutura, causando "destruição generalizada em edifícios" próximos. O ataque na madrugada em Basta não foi precedido por aviso de evacuação do exército israelense. Ataques semelhantes realizados sem aviso fora dos redutos tradicionais do Hezbollah tendem a ter como alvo membros de alto escalão. Israel recusou-se, no entanto, a comentar sobre o ataque deste sábado, enquanto o Hezbollah ainda não se manifestou. O segundo ataque atingiu o bairro de Hadath, um subúrbio ao sul de Beirute, reduto do Hezbollah. Israel intensificou sua campanha aérea contra o grupo apoiado pelo Irã no final de setembro, além de enviar tropas terrestres que cruzaram a fronteira após quase um ano de trocas de tiros limitadas através da fronteira. O ministério da saúde do Líbano afirma que pelo menos 3.645 pessoas foram mortas desde outubro de 2023, quando o Hezbollah iniciou confrontos transfronteiriços com Israel em solidariedade ao aliado palestino Hamas na guerra em Gaza. A maioria das mortes ocorreu a partir de setembro deste ano. Tanques e bombardeios em Gaza A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP com base em números oficiais israelenses. Pelo menos 44.056 pessoas foram mortas em Gaza durante mais de 13 meses de guerra, a maioria civis palestinos, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, e que a ONU considera confiáveis. Mahmud Bassal, porta-voz da Agência de Defesa Civil de Gaza, disse à AFP no sábado que "foram mortas 19 pessoas e mais de 40 ficaram feridas" por ataques aéreos israelenses e disparos de tanques na madrugada deste sábado. Umm Muhammad Abu Sabla, irmã de uma das vítimas dos ataques de sábado, disse à AFP que correu até o local e encontrou "pessoas carregando partes de corpos debaixo dos escombros". — Toda a nossa vida é miséria. Que nos matem todos de uma vez para que possamos nos livrar deste sofrimento — disse a mulher de 62 anos na principal cidade do sul, Khan Yunis. A guerra criou uma crise humanitária no território sitiado, onde as pessoas enfrentam escassez generalizada de alimentos, combustível e medicamentos. Marwan al-Hams, diretor dos hospitais de campanha de Gaza, disse a jornalistas na sexta-feira que todos os hospitais no território palestino "pararão de funcionar ou reduzirão seus serviços em 48 horas devido à obstrução da entrada de combustível pela ocupação (Israel)". A ONU e outras organizações têm repetidamente denunciado as condições humanitárias, particularmente no norte de Gaza, onde Israel afirmou na sexta-feira ter matado dois comandantes envolvidos no ataque do Hamas em 7 de outubro. Prometendo impedir que o Hamas se reorganize, Israel iniciou em 6 de outubro uma nova operação aérea e terrestre no norte. O ministério da saúde de Gaza afirma que a operação matou milhares. A ONU diz que mais de 100.000 pessoas foram deslocadas da área, e um oficial disse ao Conselho de Segurança na semana passada que as pessoas "estão efetivamente morrendo de fome". Mandados 'absurdos' O Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, anunciou na quinta-feira que emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da defesa Yoav Gallant por sua condução da guerra em Gaza. O tribunal afirmou
O ataque na madrugada no bairro operário de Basta, na zona central da capital libanesa, não foi precedido por aviso de retirada da população pelo exército israelense; são 63 feridos no Líbano e 40 em Gaza neste sábado Um ataque aéreo israelense no centro de Beirute matou pelo menos 11 pessoas e deixou 63 feridos na madrugada de sábado, destruindo um prédio residencial e despertando moradores em toda a cidade, enquanto Israel continua sua campanha aérea contra o Hezbollah. O ataque foi seguido por outros nos subúrbios do sul da cidade, nests caso após pedidos do exército israelense para a retirada da população da área. Leia mais: Defesa civil de Gaza diz que 19 pessoas morreram em ataques israelenses Veja também: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda para o segundo turno no Uruguai Operações de resgate foram feitas no local do primeiro ataque na manhã de sábado, com escavadeiras removendo os escombros de um prédio de oito andares atingido. — O ataque foi tão forte que parecia que o prédio ia cair sobre nossas cabeças — disse Samir, de 60 anos, que mora em um prédio em frente ao que foi destruído. Ele contou que fugiu de casa no meio da noite com sua esposa e filhos. — Vimos duas pessoas mortas no chão... as crianças começaram a chorar, e a mãe delas ainda mais — disse ele à AFP. A Agência Nacional de Notícias do Líbano (NNA) informou que Beirute "acordou em meio a um massacre horrível", depois que jatos israelenses atingiram o prédio, no bairro operário de Basta, no centro de Beirute. De acordo com a NNA, os jatos israelenses lançaram seis mísseis contra a estrutura, causando "destruição generalizada em edifícios" próximos. O ataque na madrugada em Basta não foi precedido por aviso de evacuação do exército israelense. Ataques semelhantes realizados sem aviso fora dos redutos tradicionais do Hezbollah tendem a ter como alvo membros de alto escalão. Israel recusou-se, no entanto, a comentar sobre o ataque deste sábado, enquanto o Hezbollah ainda não se manifestou. O segundo ataque atingiu o bairro de Hadath, um subúrbio ao sul de Beirute, reduto do Hezbollah. Israel intensificou sua campanha aérea contra o grupo apoiado pelo Irã no final de setembro, além de enviar tropas terrestres que cruzaram a fronteira após quase um ano de trocas de tiros limitadas através da fronteira. O ministério da saúde do Líbano afirma que pelo menos 3.645 pessoas foram mortas desde outubro de 2023, quando o Hezbollah iniciou confrontos transfronteiriços com Israel em solidariedade ao aliado palestino Hamas na guerra em Gaza. A maioria das mortes ocorreu a partir de setembro deste ano. Tanques e bombardeios em Gaza A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP com base em números oficiais israelenses. Pelo menos 44.056 pessoas foram mortas em Gaza durante mais de 13 meses de guerra, a maioria civis palestinos, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, e que a ONU considera confiáveis. Mahmud Bassal, porta-voz da Agência de Defesa Civil de Gaza, disse à AFP no sábado que "foram mortas 19 pessoas e mais de 40 ficaram feridas" por ataques aéreos israelenses e disparos de tanques na madrugada deste sábado. Umm Muhammad Abu Sabla, irmã de uma das vítimas dos ataques de sábado, disse à AFP que correu até o local e encontrou "pessoas carregando partes de corpos debaixo dos escombros". — Toda a nossa vida é miséria. Que nos matem todos de uma vez para que possamos nos livrar deste sofrimento — disse a mulher de 62 anos na principal cidade do sul, Khan Yunis. A guerra criou uma crise humanitária no território sitiado, onde as pessoas enfrentam escassez generalizada de alimentos, combustível e medicamentos. Marwan al-Hams, diretor dos hospitais de campanha de Gaza, disse a jornalistas na sexta-feira que todos os hospitais no território palestino "pararão de funcionar ou reduzirão seus serviços em 48 horas devido à obstrução da entrada de combustível pela ocupação (Israel)". A ONU e outras organizações têm repetidamente denunciado as condições humanitárias, particularmente no norte de Gaza, onde Israel afirmou na sexta-feira ter matado dois comandantes envolvidos no ataque do Hamas em 7 de outubro. Prometendo impedir que o Hamas se reorganize, Israel iniciou em 6 de outubro uma nova operação aérea e terrestre no norte. O ministério da saúde de Gaza afirma que a operação matou milhares. A ONU diz que mais de 100.000 pessoas foram deslocadas da área, e um oficial disse ao Conselho de Segurança na semana passada que as pessoas "estão efetivamente morrendo de fome". Mandados 'absurdos' O Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, anunciou na quinta-feira que emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da defesa Yoav Gallant por sua condução da guerra em Gaza. O tribunal afirmou que há "motivos razoáveis" para acreditar que ambos têm "responsabilidade criminal" pelo crime de guerra de fome como método de guerra e crimes contra a humanidade, incluindo a falta de alimentos, água, eletricidade, combustível e suprimentos médicos específicos. Netanyahu reagiu furioso: "Israel rejeita com desgosto as ações e acusações absurdas e falsas feitas contra si." O TPI também emitiu um mandado contra o chefe militar do Hamas, Mohammed Deif, afirmando que há indícios de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, incluindo "violência sexual e baseada em gênero" contra reféns durante o ataque de 7 de outubro em Israel. Israel afirmou ter matado Deif em julho, mas o Hamas não confirmou sua morte. Desde que Israel expandiu o foco de sua guerra de Gaza para o Líbano, também intensificou ataques ao vizinho Síria, um importante canal de armas para o Hezbollah fornecidas por seu patrocinador, o Irã. O Observatório Sírio para Direitos Humanos informou na sexta-feira que ataques israelenses que visaram três locais em Palmyra no início da semana mataram 92 combatentes pró-Irã. Um desses ataques atingiu uma reunião de grupos pró-iranianos que envolvia comandantes do Hezbollah e do grupo iraquiano Al-Nujaba.
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