Aniversário de Niterói: com investimento de R$ 200 milhões, cidade recupera e dá novos usos a construções históricas

Casa Norival de Freitas, Mercado Municipal e Ilha da Boa Viagem estão entre os bens recentemente revitalizados e abertos ao público Com investimentos de aproximadamente R$ 200 milhões em recuperação de patrimônios históricos, Niterói busca conciliar a preservação da memória e novos usos de construções que marcam e contam as etapas de seus quatro séculos de História. Este crescimento no volume de investimentos começou em 2020, com obras que abrangem desde restaurações arquitetônicas até modernizações, garantindo a preservação do legado histórico enquanto buscam impulsionar o desenvolvimento cultural, turístico e econômico. Entre os projetos em andamento ou já entregues estão o Mercado Municipal, a Ilha da Boa Viagem, o Solar Notre Rêve, o Castelinho do Gragoatá, o Cinema Icaraí, a Estação Cantareira e o Complexo Esportivo da Concha Acústica. — Este conjunto de obras representa o maior investimento em economia criativa já realizado em Niterói. Nossa intenção é preservar o patrimônio histórico e artístico da cidade para as novas gerações, além de fomentar a cultura, o turismo e a economia da cidade — destaca o secretário Executivo de Niterói, André Diniz. Destaques das obras Após quase quatro décadas de abandono, o Mercado Municipal foi revitalizado e reaberto em julho de 2023. O retrofit preservou as características originais do prédio neoclássico enquanto modernizou sua infraestrutura. Com 9.700 metros quadrados e 172 lojas, o espaço tornou-se um polo gastronômico e cultural, movimentando a economia local. A construção, localizada na Avenida Feliciano Sodré, funcionou como mercado municipal entre o início dos anos 1930 e 1976. Na década seguinte, passou a abrigar o Depósito Público Estadual e depois foi abandonada. Durante as obras de recuperação do espaço, os arquitetos que projetaram a revitalização buscaram preservar ao máximo o estilo original. Fechada por 20 anos para visitação, a Ilha de Boa Viagem passou por um processo de restauração e recebeu atenção especial, com R$ 5,5 milhões investidos na recuperação da Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem, do fortim e do casarão histórico. O local foi reaberto ao público em setembro do ano passado. De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as primeiras construções erguidas na ilha, ainda durante o Brasil Império, foram a capela, construída por volta de 1650, e um forte de pequeno porte que fazia parte do sistema defensivo da Baía e Guanabara. Aos edifícios seculares somaram-se, anos mais tarde, duas edificações: uma, ao nível do mar, da época da Segunda Guerra Mundial; e outra, também datada da década de 1940, o casarão, conhecido como castelo, que serviu de sede do grupo Escoteiros do Mar, que administrava o local. Ilha da Boa Viagem: conjunto arquitetônico foi reaberto ao público em 2023 No Centro, o Solar Notre Rêve (antiga Casa Norival de Freitas) chama a atenção de quem anda pela Rua Maestro Felício Toledo. O prédio, antes abandonado, passa por ampla reforma e, depois de pouco mais de um ano, tem previsão de ser entregue à população hoje, para o aniversário da cidade. O projeto, que custará no total cerca de R$ 30 milhões, vai transformar o espaço na nova sede da Escola Municipal de Música Arthur Maia e do Programa Aprendiz Música na Escola. A prefeitura adquiriu o imóvel no final da década de 1970. Cinco anos depois, já desocupado pela família do político Norival de Freitas, ele foi parcialmente destruído por um incêndio numa noite de sexta-feira. Era 30 de novembro de 1984. Todo o telhado e sua estrutura de madeira ficaram inutilizados. Apenas em 1991 a prefeitura colocou escoras e refez parte do que foi perdido, mas sem realizar as intervenções necessárias. O abandono do patrimônio também facilitou diversas invasões, que foram responsáveis pelo desaparecimento de parte das estruturas metálicas, louças e outros itens da residência. Galerias Relacionadas Ainda em andamento, o Castelinho do Gragoatá, com investimento de R$ 3 milhões, está sendo adaptado para receber a sede da Coordenadoria Niterói de Bicicleta. A praça em frente também foi revitalizada, consolidando o local como referência em mobilidade sustentável. De acordo com Diniz, esses investimentos têm a intenção de criar um complexo histórico, uma espécie de cinturão da memória que tende a crescer para outras regiões da cidade. — Estamos investindo na recuperação de patrimônios históricos, reafirmando o compromisso da prefeitura com a preservação da nossa identidade cultural. Cada real aplicado representa a valorização da nossa História — afirma. Cine Icaraí reformado Já o Cinema Icaraí, transformado no Cine Concerto Sérgio Mendes, terá preservação da fachada e do saguão, ampliação do palco e inclusão de espaços modernos, como restaurante e café. As obras, orçadas em R$ 45,7 milhões, darão nova vida ao marco cultural da cidade. A reforma vai preservar a fachada e restaurar todo o saguão: bilheteria, bonbonnière, piso, teto, portas e escadarias. Serã

Nov 22, 2024 - 11:53
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Aniversário de Niterói: com investimento de R$ 200 milhões, cidade recupera e dá novos usos a 
construções históricas

Casa Norival de Freitas, Mercado Municipal e Ilha da Boa Viagem estão entre os bens recentemente revitalizados e abertos ao público Com investimentos de aproximadamente R$ 200 milhões em recuperação de patrimônios históricos, Niterói busca conciliar a preservação da memória e novos usos de construções que marcam e contam as etapas de seus quatro séculos de História. Este crescimento no volume de investimentos começou em 2020, com obras que abrangem desde restaurações arquitetônicas até modernizações, garantindo a preservação do legado histórico enquanto buscam impulsionar o desenvolvimento cultural, turístico e econômico. Entre os projetos em andamento ou já entregues estão o Mercado Municipal, a Ilha da Boa Viagem, o Solar Notre Rêve, o Castelinho do Gragoatá, o Cinema Icaraí, a Estação Cantareira e o Complexo Esportivo da Concha Acústica. — Este conjunto de obras representa o maior investimento em economia criativa já realizado em Niterói. Nossa intenção é preservar o patrimônio histórico e artístico da cidade para as novas gerações, além de fomentar a cultura, o turismo e a economia da cidade — destaca o secretário Executivo de Niterói, André Diniz. Destaques das obras Após quase quatro décadas de abandono, o Mercado Municipal foi revitalizado e reaberto em julho de 2023. O retrofit preservou as características originais do prédio neoclássico enquanto modernizou sua infraestrutura. Com 9.700 metros quadrados e 172 lojas, o espaço tornou-se um polo gastronômico e cultural, movimentando a economia local. A construção, localizada na Avenida Feliciano Sodré, funcionou como mercado municipal entre o início dos anos 1930 e 1976. Na década seguinte, passou a abrigar o Depósito Público Estadual e depois foi abandonada. Durante as obras de recuperação do espaço, os arquitetos que projetaram a revitalização buscaram preservar ao máximo o estilo original. Fechada por 20 anos para visitação, a Ilha de Boa Viagem passou por um processo de restauração e recebeu atenção especial, com R$ 5,5 milhões investidos na recuperação da Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem, do fortim e do casarão histórico. O local foi reaberto ao público em setembro do ano passado. De acordo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as primeiras construções erguidas na ilha, ainda durante o Brasil Império, foram a capela, construída por volta de 1650, e um forte de pequeno porte que fazia parte do sistema defensivo da Baía e Guanabara. Aos edifícios seculares somaram-se, anos mais tarde, duas edificações: uma, ao nível do mar, da época da Segunda Guerra Mundial; e outra, também datada da década de 1940, o casarão, conhecido como castelo, que serviu de sede do grupo Escoteiros do Mar, que administrava o local. Ilha da Boa Viagem: conjunto arquitetônico foi reaberto ao público em 2023 No Centro, o Solar Notre Rêve (antiga Casa Norival de Freitas) chama a atenção de quem anda pela Rua Maestro Felício Toledo. O prédio, antes abandonado, passa por ampla reforma e, depois de pouco mais de um ano, tem previsão de ser entregue à população hoje, para o aniversário da cidade. O projeto, que custará no total cerca de R$ 30 milhões, vai transformar o espaço na nova sede da Escola Municipal de Música Arthur Maia e do Programa Aprendiz Música na Escola. A prefeitura adquiriu o imóvel no final da década de 1970. Cinco anos depois, já desocupado pela família do político Norival de Freitas, ele foi parcialmente destruído por um incêndio numa noite de sexta-feira. Era 30 de novembro de 1984. Todo o telhado e sua estrutura de madeira ficaram inutilizados. Apenas em 1991 a prefeitura colocou escoras e refez parte do que foi perdido, mas sem realizar as intervenções necessárias. O abandono do patrimônio também facilitou diversas invasões, que foram responsáveis pelo desaparecimento de parte das estruturas metálicas, louças e outros itens da residência. Galerias Relacionadas Ainda em andamento, o Castelinho do Gragoatá, com investimento de R$ 3 milhões, está sendo adaptado para receber a sede da Coordenadoria Niterói de Bicicleta. A praça em frente também foi revitalizada, consolidando o local como referência em mobilidade sustentável. De acordo com Diniz, esses investimentos têm a intenção de criar um complexo histórico, uma espécie de cinturão da memória que tende a crescer para outras regiões da cidade. — Estamos investindo na recuperação de patrimônios históricos, reafirmando o compromisso da prefeitura com a preservação da nossa identidade cultural. Cada real aplicado representa a valorização da nossa História — afirma. Cine Icaraí reformado Já o Cinema Icaraí, transformado no Cine Concerto Sérgio Mendes, terá preservação da fachada e do saguão, ampliação do palco e inclusão de espaços modernos, como restaurante e café. As obras, orçadas em R$ 45,7 milhões, darão nova vida ao marco cultural da cidade. A reforma vai preservar a fachada e restaurar todo o saguão: bilheteria, bonbonnière, piso, teto, portas e escadarias. Serão instalados ainda escada rolante e elevador, para oferecer acessibilidade. Galerias Relacionadas No salão, os componentes decorativos serão recuperados, e o palco, ampliado para comportar a Orquestra Sinfônica Nacional da UFF. A plateia terá 299 lugares. O primeiro pavimento contará com camarins, mezanino para 69 pessoas e um restaurante. O segundo vai receber infraestrutura para atender a orquestra, além das áreas administrativas do empreendimento. As salas de cinema ficarão no terceiro pavimento: uma delas terá 150 lugares, e as outras duas, 75 cada. O andar terá ainda um café e a bonbonnière. No quarto pavimento haverá um bar bistrô. Será criado ainda um quinto andar para acomodar um restaurante com varanda e vista para o mar.

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